Cotidiano

Greve dos caminhoneiros? Mobilização é isolada e não terá apoio sindical

O País está com ameaça de paralisação a partir da madrugada de segunda-feira (16)

Foto: Aílton Santos/ O Paraná/ arquivo
Foto: Aílton Santos/ O Paraná/ arquivo

Cascavel – Manifestações de caminhoneiros organizadas por todo o País com ameaça de paralisação a partir da madrugada de segunda-feira (16) não terão apoio de sindicatos nacionais. A exemplo dos demais estados, no Paraná estão previstos atos “pontuais e inexpressivos”, rechaçados pela categoria. “Não há movimentação prevista. Acreditamos que haja manifestações isoladas, de pequenos grupos, mas nada coordenado. Uma ação que não representa o posicionamento estadual e nacional autônomo nem das transportadoras”, afirma Wagner Adriani de Souza Pinto, presidente do Sintropar (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do Oeste do Paraná).

Embora a categoria ainda tenha uma lista de reivindicações e esteja insatisfeita com o valor do frete, o período de entressafra é apontado como um grande equívoco para uma paralisação, sobretudo nas proporções da que foi realizada em maio do ano passado, que causou grande impacto econômico, com desabastecimento de mercadorias e dificuldade no transporte de cargas aos portos do País. “Fazer greve agora é o mesmo que sorveteria fechar no inverno, não muda nada”, explica Wagner.

Diante das constantes ameaças de mobilizações, o governo de Jair Bolsonaro declarou que “é pequena a possibilidade” de uma greve. O ministro de Infraestrutura, Tarcísio Freitas, tem mantido diálogo com a classe e na semana passada representantes do governo, empresários, sindicatos e federações de caminhoneiros se reuniram em Brasília para tratar de temas como o custo do frete, na reunião do Fórum Permanente para o Transporte Rodoviário de Cargas que representa 2,6 milhões de caminhoneiros, 37.386 empresas, 1.584 sindicatos e 75 federações.

Mesmo com tal segurança transmitida pelo governo, movimentos como a CUT (Central Única dos Trabalhadores) estariam se articulando em diversos estados. A insatisfação seria a 11 altas do óleo diesel neste ano. As mensagens são vistas como uma estratégia para tentar convencer a categoria. “Necessidade de reivindicações temos muitas, mas não vamos parar. É preciso dar tempo para que o governo possa atender nossas reivindicações. Estamos vendo um ministro interessado em resolver nossos problemas”, afirma Jeová Pereira, presidente dos Sindicatos Autônomos de Cascavel e região.

Caminhoneiros candidatos à eleição

A greve realizada ano passado pela categoria fez com que a categoria ganhasse força e fosse ouvida pela Presidência. “A categoria ganhou força, tivemos diálogo com o governo. Estamos mais organizados agora por meio de sindicatos e confederações. Aprendemos a defender bandeiras, como marco regulatório, legislações sobre pontos de parada, regulamentação da profissão… o setor amadureceu e não trata apenas de questões pontuais como o pedágio e o diesel”, diz Wagner Adriani de Souza Pinto, presidente do Sintropar.

Essa visibilidade tende a refletir nas próximas eleições. Se no último pleito os policiais tiveram apoio dos eleitores e das categorias organizadas, ano que vem, nas eleições municipais, devem surgir mais representantes que atuam no transporte.


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