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Fim de curtidas do Instagram diminui engajamento de influenciadores

Medida foi adotada no Canadá e na Austrália antes de chegar ao Brasil no mês passado

Fim de curtidas do Instagram diminui engajamento de influenciadores

Com a nova alteração do Instagram no Brasil, muitos influenciadores estão sofrendo e perdendo seguidores. A empresa que gere a rede social, a mesma do Facebook, vem aplicando testes e removendo a visualização das curtidas em diversos países. O primeiro ocorreu em maio, no Canadá, porém os resultados foram positivos.

O fim dos likes representa, para os gestores do Instagram, o fim da competição e o início de uma rede social com um ambiente saudável e menos comercial. Contudo, os resultados dos testes no Brasil não foram muito felizes. Diversos influencers, que vivem praticamente do Instagram, estão descontente e têm relatado quedas preocupantes nos seus números.

A InfluencerDB fez um estudo no final de julho mostrando que as curtidas não só sumiram na visualização, mas também deixaram de ser o foco de muitos participantes da rede. De acordo com a empresa, as curtidas em publicações de influencers nunca foram tão baixas como agora.

A empresa mostrou que os usuários engajados da plataforma diminuíram de 4% para 2,4% no país.

O problema é que os influenciadores têm um papel fundamental no Instagram, pois são eles que garantem boa parte do desempenho da plataforma. Há alguns de vendem métodos de como aprender inglês, outros que abrem pequenos negócios de roupas e até espécies de garotos-propaganda de grandes marcas. Quem tem um número maior de seguidores está sentindo na pele os resultados do teste e da saturação da rede social.

Quanto maior a conta de um influenciador, maior o seu impacto também. O engajamento está diminuindo para aqueles que possuem contas com maior volume. Enquanto isso, os microinfluenciadores conseguiram se manter sem serem tão afetados.

Mas a queda de usuários ativos e participativos no Instagram não é de hoje, afirmou a InfluencerDB. No ano passado a queda média foi de 8% em todas as categorias: alimentação, lifestyle, blog, cultura, viagens, pets e mais. Influencers de moda e beleza foram os que mais sentiram o descontentamento dos fãs.

Alguns anos atrás, a instituição britânica Royal Society for Public Health sugeriu, em uma pesquisa, que “redes sociais são o combustível para crises na saúde mental de jovens envolvidos em um jogo invencível de comparações e contrastes”. No entanto, o estudo também mostrou como há formas de usá-las positivamente.

O Instagram, por exemplo, criou um efeito positivo de expressão e identidade próprias, disseram os pesquisadores. Essa medida de agora, afirma Deborah Heitner, autora de livros sobre jovens e redes sociais, pode enfatizar esse lado “bom” dos aplicativos.

“Os jovens podem ficar muito preocupados com seus números de curtidas e seguidores, mas se o teste do Instagram mostrar a eles que podem rir de si mesmos e terem alguma perspectiva dessa fome por status e aprovação (que é profundamente humana), essa é uma estratégia positiva que eu incentivaria”, disse ao jornal britânico The Guardian.

Revertendo o quadro: é mesmo possível?

Mesmo com a situação dos testes, muitos brasileiros encontraram formas de reverter o quadro e continuar manipulando a plataforma. A captura de tela com os dados de cada publicação foi a solução para muitas pessoas revelarem seus números.

Hoje em dia, o trabalho de um influencer depende dos números para ter continuidade. É através desses dados que uma empresa determina se vale ou não investir em uma publicação patrocinada, por exemplo.

Ainda não se sabe até quando os testes serão realizados no Brasil, porém a administração do Instagram já deixou claro que quer realizar mais mudanças. O Brasil é o segundo maior país em termos de usuários da rede social, perde apenas para os Estados Unidos.

O que é certo é que quem trabalha com isso precisa mesmo encontrar outras alternativas, pois nenhuma rede social é definitiva.

Fonte: Assessoria.