Agronegócio

Feijão a R$ 9/kg; redução só na próxima safra

Muitos hortifrutigranjeiros já subiram de 20% a 30% neste ano

Feijão a R$ 9/kg; redução só na próxima safra

Cascavel – Equilibrar o orçamento familiar em tempos de alta de preço dos alimentos tem sido uma tarefa cada vez mais árdua. A tática de Terezinha Soares é ir menos ao mercado. “Antes vinha duas, três vezes por semana. Agora é uma só. Sempre a gente leva algo que não está precisando e a conta vai lá para cima. Tenho a sensação de que a cada dia tudo está mais caro”.

Não é sensação. Muitos hortifrutigranjeiros já subiram de 20% a 30% neste ano.

Gerente de um supermercado no Bairro Floresta, Dario Zimerman diz que o problema está no comportamento das safras, prejudicado pelo clima. Resultado: Tomate a R$ 7 o quilo; cebola a mais de R$ 4/kg; a batatinha que não baixa dos R$ 5/kg. “Aqui, no Paraná, choveu muito nos últimos meses então a nossa produção está muito ruim, aliás, nem produto tem por aqui. O tomate tem vindo de São Paulo e Goiás, a cebola de Pernambuco. Então o transporte encarece muito o produto”, explica Dario.

Um dos principais itens da mesa do brasileiro está “pela hora da morte”. O quilo do feijão carioca já passa dos R$ 9 e não é de hoje. O preto custa cerca de R$ 6/kg. “O preço do feijão vem assim desde janeiro. A nossa safra foi ruim, também por conta do tempo, por isso tem vindo cereal de fora e a tendência é de que demore mais uns 90 dias para normalizar o abastecimento no Estado. Vamos ter que esperar a próxima colheita para, quem sabe, o preço se ajustar”.

Em período de Quaresma, o consumo de peixe aumenta até 50% se comparado ao restante do ano. E o preço acompanha a elevação da demanda. O filé de tilápia – o preferido na região – custa cerca de R$ 35 o quilo. “Se comparado com o frango, o peixe é um alimento bem caro. O quilo da coxa/sobrecoxa, por exemplo, custa R$ 6. É muita diferença”, observa o gerente do supermercado. Segundo ele, nesta Quaresma os pescados estão em torno de 10% mais caros que no mesmo período do ano passado.

E por falar em pescados… o bacalhau, um dos pratos consumidos na Sexta-Feira Santa, não vai caber no bolso de muita gente. O produto é importado e, por conta do aumento do dólar, o quilo da posta custa quase R$ 80. “Lá em casa todos gostam, mas neste ano vamos substituir por um peixe da região. Se fosse só o bacalhau mais caro, a gente até equilibrava o orçamento e comprava, mas está tudo muito mais caro, então é preciso se adequar”, conta o aposentado Emílio Dantas.

Se o peixe está caro, o jeito é migrar para o ovo de galinha. Mas também é bom se preparar, pois nos supermercados de Cascavel o produto subiu cerca de 30% nas últimas semanas e a tendência é de não parar por aí com a aproximação da Páscoa. “E dia de promoção, a gente vende por quase R$ 4 a dúzia, praticamente o preço sem promoção, fora da Quaresma”, diz o gerente Dario Zimerman.

Reportagem: Juliet Manfrin