Cotidiano

Exportações: Região Oeste perde US$ 250 milhões com falhas em sanidade

Valor é resultado dos reflexos negativos gerados por episódios envolvendo a cadeia produtiva de carnes

A sucessão de episódios negativos envolvendo a cadeia produtiva de carnes do Brasil, como a Operação Carne Fraca, as delações da JBS e o mais recente embargo americano, fez com que a região Oeste do Paraná deixe de faturar uma receita de US$ 250 milhões com as exportações, somente em relação aos mercados da carne de frango e de suíno. O alerta é do presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, ao comentar mais capítulo dos escândalos envolvendo a cadeia produtiva de carnes no Brasil.

Sobre o mais recente embargo à carne bovina brasileira, determinado pelos Estados Unidos, Dilvo Grolli cita que o Paraná ocupa a décima colocação em exportação de carne bovina no Brasil, ou seja, não é um estado com uma produção considerável, respondendo por apenas 3% de toda a produção. Entretanto, ao  analisar o aspecto da sanidade, o mercado externo abre os olhos para as outras carnes enviadas ao comércio exterior como a de frango e suíno. “Esse cenário expõe o Brasil a uma vitrine pouco favorável, diante da falta de um melhor controle sanitário e rigor na fiscalização dos frigoríficos”. O Paraná responde por uma pequena fatia de exportação de carne bovina, mas o conceito sanitário como um todo da cadeia produtiva de carnes acaba maculado pelos escândalos. “Os frigoríficos precisam ter consciência e muita responsabilidade sobre os assuntos sanitários, critério dos mais relevantes para manter abertas as portas do mercado externo para o País”.

A Operação Carne Fraca e os outros episódios que ecoaram de forma negativa no Brasil, reduziu em 25% a exportação de carne suína, 10% da carne de frango e outros 10% da carne bovina, contabiliza Dilvo Grolli.

VANDRÉ DUBIELA

Aftosa: Dilvo defende urgência em status de área livre sem vacinação

O presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, indica a importância de os estados do Sul conquistarem o selo de área livre da febre aftosa sem vacinação. “Eliminando a vacina, abrimos o horizonte para novos mercados”.

O embargo dos Estados Unidos ante os abscessos encontrados em 11% da carne bovina exportada para aquele país, consequência da vacina contra a febre aftosa, poderia ter sido evitado caso o status sanitário fosse o de área livre sem vacinação. “Precisamos antecipar o quanto antes esse caminho para não corrermos o risco de novos embargos”. Os recentes escândalos envolvendo o setor de carnes no Brasil representa para a economia brasileira, uma perda de receita de US$ 2,7 bilhões em relação às cadeias produtivas de frango, suíno e boi. Segundo ele, somente nesse ano, o Brasil deixou de exportar 400 mil toneladas de carne de frango, 350 mil toneladas de suínos e mais 200 mil toneladas de carne bovina, totalizando 900 mil toneladas de carne. O Paraná é líder na exportação de frango no País e terceiro em produção de carne suína. Em relação ao frango, os episódios recentes fizeram com que o Paraná deixasse de exportar pelo menos 70 mil toneladas de carne de frango.

Na visão do cooperativista, a cadeia produtiva precisa correr atrás e recuperar mercado, uma vez que o consumo da produção nacional vive um período de estagnação, gerando a necessidade de reduzir os estoques comercializando ao mercado externo. “Para piorar, o consumo interno caiu drasticamente, fruto dos 14 milhões de desempregados no Brasil, refletindo em menos consumo de proteína animal”. (VD)