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Destinos que são uma verdadeira viagem no tempo

Conheça alguns destinos imperdíveis para quem quer vivenciar outras épocas

Destinos que são uma verdadeira viagem no tempo

Arquitetura colonial, carros que já não mais são fabricados e tradições que perpassam os séculos. Há lugares que levam o turista a se deslocar não apenas no espaço, mas também no tempo, com todo o charme que uma viagem por ruínas e anacronismos comporta. A lista a seguir traz algumas cidades imperdíveis para quem quer vivenciar outras épocas. Quem embarca rumo a esses destinos sente que não comprou passagens de avião, mas adquiriu um passe para o túnel do tempo.

Cartago, Tunísia

 

Uma das cidades mais disputadas da antiguidade clássica, Cartago, bem perto da capital, Túnis, deixou um rastro inenarrável de ruínas. Vindos da Fenícia, os cartagineses rivalizaram com os romanos pelo controle da porção ocidental do Mediterrâneo. O conflito desencadeou as três Guerras Púnicas, em que se destacou a figura quase mitológica do general Aníbal Barca. Ele chegou a cruzar os Alpes com uma tropa de elefantes, invadindo a atual Itália pelo norte, surpreendendo todos. No entanto, os romanos venceram a disputa e se instalaram em Cartago por muito tempo.

Pouco restou dos tempos de Aníbal, já que Roma destruiu a cidade, salgou a terra e construiu outra no mesmo lugar. A Cartago romana, no entanto, deixou ruínas impressionantes. Destaque para os Banhos de Antonino, que estão entre as maiores termas construídas pelo Império.

Diamantina, Minas Gerais

 

Bem guardada pela Serra do Espinhaço, o ponto de partida da Estrada Real é uma doce viagem no tempo, para usar um eufemismo. Linda e aconchegante, Diamantina foi morada de brasileiros ilustres, como Chica da Silva e Juscelino Kubitschek. Ambos tiveram suas casas transformadas em museus. Além de visitar uma miríade de igrejas históricas, o turista pode conhecer o tradicional Mercado dos Tropeiros. O Passadiço, na Casa da Glória é cartão-postal da cidade e outra parada obrigatória. Com sorte, o visitante conhecerá a Rua da Quitanda em noite de Vesperata, concerto dos mais tradicionais, feito das sacados de casas coloniais. Inesquecível.

Havana, Cuba

 

Não é por acaso que este arquipélago caribenho é um dos destinos turísticos mais em alta. Cuba é puro charme, a começar pela capital Havana. Em que outro lugar do mundo Chevrolets e Cadilacs da primeira metade do século percorrem uma metrópole com milhões de habitantes? Somam-se ao espetáculo de carros coloridos, pontos de internet quase inexistentes e uma população que senta na calçada de casa para conversar até de madrugada, enquanto observa as crianças jogando bola na rua. Parece cena dos anos 80, não é mesmo?

Para voltar ainda mais no tempo, o turista pode visitar o Hotel Ambos Mundos, na movimentada Calle Obispo. Lá está o quarto onde viveu Ernest Hemingway, ainda com os objetos do escritor norte-americano. Na mesma rua, fica o La Floridita, bar que diz ter criado o Daiquirí, ainda no século XIX. A propósito, Hemingway era um habitué do lugar, que tem uma escultura do escritor no balcão.

Petra, Jordânia

 

Uma cidade inteira escavada em colossais rochas avermelhadas, no meio do deserto. As ruínas de Petra mostram muito bem a dinâmica dos Nabateus, povo que viveu na Jordânia muito antes dos árabes. Eram mercadores, conhecidos por assimilar a cultura dos povos com o quais entravam em contato, como os romanos. Há vários edifícios que lembram o antigo império do Lácio, com gigantes colunas paralelas e até um anfiteatro. Ainda hoje, diversos grupos de beduínos vivem em cavernas abrigadas pela cidade. O visitante se sente em outros tempos e também em outro planeta.

 

Rangun, Mianmar

 

A ex-capital do Mianmar é um dos destinos mais anacrônicos do mundo. O país viveu uma das mais longas e fechadas ditaduras militares do século XX, o que deixou o país isolado. Nem mesmo os turistas eram permitidos. Com a recente abertura,  hordas de visitantes têm cruzado a fronteira.

Os homens circulam em longyis, espécie de saião reto, em algodão. As mulheres e as crianças, principalmente, são vistas com as bochechas amareladas de tanaka, um pó amarelo que, misturado a água, se converte em maquiagem. Embora seja a maior cidade do país, Rangun é dominada por uma arquitetura rebaixada e recortada por carros antigos. O comércio também é destaque, com lojas que dificilmente se encontram nas grandes metrópoles de hoje: lojas de carimbos, lojas de molduras, lojas em que a família dorme atrás do balcão.

Rangun, assim como o restante do país, é casa de vários dos templos budistas mais suntuosos e sagrados do mundo. Destaque para o impressionante pagode de Shwedagon. Acredita-se que em sua grande estupa, cujo topo é de ouro maciço, estão guardados fios de cabelo de Sidarta Gautama, o Buda.