Cotidiano

   Crea realiza fiscalização preventiva na estrutura da Expo Rondon 2019

Serão verificadas instalações de aparelhos de ar-condicionado, montagem de estandes, estruturas metálicas, central de gás e projetos de prevenção contra incêndio, além dos brinquedos do parque de diverões

   Crea realiza fiscalização preventiva na estrutura da Expo Rondon 2019

Em julho a cidade de Marechal Cândido Rondon completa 59 anos de emancipação político-administrativa. Para comemorar, entre os dias 25 e 28, será realizada mais uma edição da Expo Rondon no Parque de Exposições Álvaro Dias, com shows musicais nacionais, atrações locais e regionais, exposição da indústria, comércio e agronegócios, além da 40ª edição da Festa Nacional do Boi no Rolete.

A última edição da festa, em 2018, contou com a participação demais de 100 mil pessoas nos quatro dias de festa. E para garantir a segurança dos visitantes, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR), que é o órgão fiscalizador dos exercícios das profissões de Engenharias, Agronomia e Geociências em todas as suas modalidades e níveis dentro do estado, vai promover uma fiscalização no Parque de Exposições da cidade no dia 24 de julho, véspera do evento. Conforme artigo 34 da Lei Federal 5.194 de 24 de dezembro de 1966, uma das atribuições dos Conselhos Regionais é a de “cumprir e fazer cumprir a presente Lei e as Resoluções baixadas pelo Conselho Federal”.

Diante disso, fiscais do Crea-PR, Regional Cascavel, juntamente com órgãos e entidades convidadas como a Associação Regional dos Engenheiros e Arquitetos de Marechal Cândido Rondon, Acimacar – Associação Comercial e Empresarial de Marechal Cândido Rondon, Corpo de Bombeiros e Prefeitura Municipal, farão uma visita ao parque de exposições para realizar a fiscalização preventiva integrada no que se refere às atividades de Engenharia e Agronomia.

Serão verificadas as instalações de aparelhos de ar-condicionado, bem como de projetos e montagem de estandes; estruturas metálicas e instalações elétricas e prevenção contra incêndio. Em toda a estrutura da Expo Rondon 2019 serão verificadas as condições dos geradores de energia, instalações elétricas temporárias e a central de gás. O Crea-PR também vai fiscalizar os brinquedos do parque de diversões.

De acordo com o gerente regional do Crea-PR, Engenheiro Civil Geraldo Canci, essa fiscalização tem como objetivo principal verificar se os serviços de Engenharia, que se situam no parque, estão sendo projetados e acompanhados por empresas e porfissionais com registros no Crea-PR e se possuem atribuições para o desempenho das atividades. Também será verificada a ART – Anotação de Responsabilidade Técnica emitida pelo profissional dos serviços de sua responsabilidade. Isso  garante maior segurança a todos os participantes do evento.

O Engenheiro Eletricista Wellington Luiz Schmidt lembra que instalações elétricas são altamente perigosas e podem provocar graves acidentes quando mal dimensionadas. Na cidade do Rio de Janeiro, em fevereiro deste ano, um incêndio provocado por curto circuito em aparelho de ar-condicionado no Centro de Treinamento do Flamengo, que matou dez jovens atletas, é um dos exemplos dos riscos que esse tipo de instalação pode ocasionar, se mal realizada. “Sempre que falamos em instalações elétricas existem muitos riscos, até mesmo em pequenas  e temporárias como na Expo Rondon. Se feitas de maneira incorreta, podem causar danos a algum equipamento ou até mesmo às pessoas. Por isso existem regras rígidas para a elaboração e execução de projetos elétricos”, diz.

Wellington alerta sobre a importância de um profissional habilitado para projetos de instalações elétricas. Ele projetará, avaliará os riscos e também fará a instalação de forma segura. “O Crea-PR sempre ressalta a importância de um profissional responsável pela instalação elétrica, sendo ela de pequeno ou grande porte ou até mesmo para uma instalação temporária”, diz.

Além da qualificação de quem projeta e executa, o Engenheiro lembra que também é importante saber escolher os componentes adequados, evitando assim o uso de materiais “mais baratos”, que muitas vezes não sãos indicados para a instalação. “Tem casos em que é necessário um material blindado ou antichamas, mas por motivos de custos acabam não sendo utilizados, colocando a instalação em risco”, alerta. Wellington lembra ainda que outro elemento que deve ser verificado são os “Ts”, muito utilizados em instalações temporárias. “Eles não são recomendados< pois além de sobrecarregar a tomada, acrescentam mais potência do que a projetada”, conclui. O aterramento também é obrigatório segundo a norma técnica NBR5410 da ABNT e impede a queima de equipamentos.

Estruturas metálicas utilizadas para palcos, estandes, arquibancadas provisórias, suportes de sistemas de som e iluminação, também necessitam de cuidados especiais na montagem e desmontagem porque apresentam alto risco de choques elétricos, como afirma o Engenheiro Mecânico Leandro Diogo Appelt.  “Arquibancadas em estrutura metálicas de shows e rodeios podem gerar graves acidentes se não foram montadas corretamente. Tem que haver um projeto para a área em que a arquibancada vai tocar o solo, uma relação de peso da estrutura com a quantidades de pessoas que irão se acomodar. Pessoas se movimentando nesses locias gera vibração e isso pode ocasionar uma queda da arquibancada”, alerta.

O Engenheiro Mecânico também fala dos riscos dos brinquedos nos parques de diversões, que igualmente são estruturas que geram movimentos de vibração. “É a mesma situação das arquibancadas. Se essas estruturas foram  montadas em locais inadequados onde o solo é de terra mal compactada, isso pode gerar acidentes. O isolamento das área onde passam os cabos de energia nos parques de diversões também sãos muito importantes para que não haja nenhum risco de queda ou choque nos visitantes”, explica.

De acordo com as estatísticas divulgadas pela Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade – Abracopel, em 2018 foram registradas 98 mortes por choques elétricos no Sul do Brasil. Desse total 37 foram no Rio Grande do Sul, 34 em Santa Catarina e 26 no Paraná. Os estados de São Paulo (65), Bahia (60), Rio Grande do Sul (37), Mato Grosso (27) e Pará (21), encabeçam a lista, em suas respectivas regiões.

Ainda segundo o Anuário Estatístico da Abrapel, os eventos com choque elétrico lideram o ranking de acidentes de origem elétrica no país, com 836 registros em 2018, seguidos pelos incêndios por sobrecarga, com 537 ocorrências, e os acidentes por descargas atmosféricas, que somaram 51 episódios. Estes números somam os casos fatais e não fatais.

A série histórica de dados mostra uma escalada crescente de acidentes de origem elétrica no país, com incremento de 37,2% em 2018 em relação a 2013, ano de início da pesquisa. Em números absolutos, esse percentual representou um aumento de 386 acidentes. Abrapel aponta que as causas mais comuns atribuídas aos acidentes são “as gambiarras elétricas, as instalações elétricas antigas, a falta de manutenção e o uso de uma mesma tomada para conexão de diversos equipamentos ao mesmo tempo”.