Política

Coluna Esplanada do dia 11 de setembro de 2019

Dinheiro para o Além

Um número assustador revelado pela Receita Federal à Coluna comprova que é necessário um cerco às entidades filantrópicas no País, conforme debatido atualmente na PEC paralela da Reforma da Previdência no Senado, em emenda que prevê a extinção da isenção tributária. O Brasil tem hoje, acredite, 48.379 igrejas com CNPJ cadastrados na Receita. Outras 32.654 “igrejas” estão com atividades suspensas ou inaptas por diferentes motivos, e 1.403 foram baixadas no sistema nos últimos anos. Com esse tipo de CNPJ, as “igrejas” ficam isentas de impostos, tributos e muitas delas são facilmente transformadas em lavanderia de dinheiro sujo.

Poder do Amém!

Ou seja, se levar em conta as suspensas, inaptas e nulas, o Brasil tem hoje, na praça, mais de 80 mil “igrejas”. O governo quer saber quem é quem nesse ramo do Além.

Chamamento

O descontrole é grande. É isso que o governo e uma frente suprapartidária querem frear. O desafio é separar o joio do trigo no setor, porque muitas filantrópicas são sérias.

Contrapartidas

Hoje, as igrejas e outras entidades filantrópicas estão blindadas pelo Artigo 195, parágrafo 7º da Constituição. A emenda proposta prevê cobrar contrapartidas sociais para valer.

Pega fogo, cabaré

Isso aqui é Brasil! O senador Telmário Mota (Pros-RR) deixou a sessão da Comissão de Relações Exteriores que sabatinaria o indicado para a Embaixada da Bósnia ao ver o rival e ex-senador Romero Jucá (MDB-RR) sentado à mesa dos parlamentares. Chamou-o de lobista e ladrão seguidas vezes, no que Jucá se defendeu atacando: “Você bate em mulher”. E o Senado seguiu mais um dia normal em sua agenda.

Quem te viu…

O chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e o presidente Jair Bolsonaro votaram contra a emenda que prorrogaria a CPMF, imposto que agora a equipe econômica quer ressuscitar. À época, em 2007, a PEC do ex-presidente Lula foi derrubada.

Memória

Onyx articulou a oposição do DEM contra a prorrogação do imposto. Além de votar contra a CPMF, o então deputado Bolsonaro chamou a cobrança de “maldita”. Na nova versão da CPMF, gestada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, o governo avalia cobrar imposto de 0,4% sobre saques e depósitos em dinheiro.

Atraso

A Justiça do Amazonas censurou o Diário do Amazonas, nosso parceiro, sobre denúncias de grilagem de terras no Estado. A ANJ soltou nota. A Coluna se solidariza.

Comportamento

Sete em cada dez (68%) brasileiros reconhecem não ter capacidade de lidar com imprevistos e apenas 9% dizem conseguir arcar com despesas que extrapolam o orçamento. É o que mostra o Indicador de Bem-Estar Financeiro, mensurado pela Comissão de Valores Mobiliários e Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas.

***Que feio!

O indicador também revela que 60% dos brasileiros chegam ao fim do mês sem sobras de dinheiro. Praticamente um terço (29%) consegue, às vezes, fazer uma reserva e apenas 10% guarda alguma quantia. Mas tem procurador do MP de Minas Gerais reclamando que só ganha R$ 24 mil mensais e pediu aumento desse “misere”.

Quebrando a cancela

O governo do Paraná entrou numa fria por causa de conta mal feita. Pode ter cobrado alguns reais a mais nos seus pedágios, na conta do edital das concessões, desde 1997. O curioso é que, em se tratando de dinheiro público, ninguém erra a conta para baixo.

***Pela leitura

A organização social Recode, em parceria com o Movimento Bem Maior, seleciona 270 bibliotecas públicas no País para desenvolvimento de seu projeto digital. O edital está no site www.recode.org.br/bibliotecas.