Cotidiano

Campeonato e leilões movimentam mais de R$ 30 milhões em evento do setor equestre

Evento foi realizado em Londrina pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha. Presidente e dirigentes da entidade rechaçam acusações de supostos maus-tratos de animais

 

Realizado em Londrina entre os dias 14 e 22 de julho, o 41º Campeonato Nacional da Raça Quarto de Milha de Trabalho e Conformação injetou cerca de R$ 12 milhões na cidade paranaense – de acordo com números do Londrina Convention Bureau. O campeonato recebeu 7.914 inscrições (1991 cavalos e 1191 competidores) de 20 estados do Brasil. Foram disputados 2 mil troféus e fivelas e distribuídos prêmios que somaram mais de R$ 1 milhão. Os 10 pregões com a venda de cerca de 400 cavalos da raça Quarto de Milha movimentaram aproximadamente R$ 20 milhões, conforme previsão da entidade.

de 45 mil pessoas passaram pelo Parque de Exposições Governador Ney Braga durante os nove dias do evento promovido pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ABQM), maior entidade de raça equina da América Latina.

Além das arenas das competições, o campeonato registrou aumento de 92% – em relação ao evento de 2017 -, na comercialização de estandes de expositores, galerias e espaços para restaurantes.

O presidente da ABQM, Cicinho Varejão, atribui o sucesso de mais uma edição do evento a três fatores: paixão, dedicação e, principalmente, "o rigoroso cuidado com o bem-estar dos animais". Ao criticar decisões da Justiça baseadas em, segundo ele, "inverdades" de entidades de proteção de animais, Varejão pontua que "a proibição das competições é equivocada e pode incentivar a clandestinidade".

No dia 13 de julho, véspera do início do 41º Campeonato Nacional da Raça Quarto de Milha, o juiz da 2ª Vara Cível de Londrina, Luiz Gonzaga Tucunduva de Moura, concedeu liminar proibindo a realização das provas de laço durante o evento. Na segunda-feira, 16, a desembargadora Astrid Maranhão de Carvalho Ruthes, da 4ª Câmara Cível do TJ (Tribunal de Justiça do Paraná), derrubou a decisão e autorizou a realização das competições. "No momento em que o País está passando, por que não criar regras em vez de proibir? Quando a Justiça faz isso, acaba criando clandestinidade. E como vai criar regras na clandestinidade?", indaga Varejão antes de pontuar que, a despeito das batalhas na Justiça, a perspectiva de crescimento do setor é "extremamente otimista". "Cada ano crescemos mais. Tudo que envolve paixão, é difícil avaliar o tamanho", aponta.

A convite da ABQM, a reportagem da Coluna Esplanada acompanhou o campeonato da raça Quarto de Milha em Londrina. Do desembarque às acomodações e antes e durante as provas, os animais equinos e bovinos passaram por rigorosos procedimentos acompanhados por médicos veterinários, estagiários e Juízes de Bem-Estar Animal. "Os argumentos sobre supostos maus-tratos não se sustentam. O problema está no extremismo. Adotamos todos os procedimentos para assegurar o bem-estar dos animais e estamos sempre evoluindo nesse sentido", pondera o veterinário Leonardo Barbosa, Juiz de Bem-Estar da competição.

Membro do Conselho de Administração da ABQM e advogado da entidade, Henrique Carvalho afirma que as decisões da Justiça são baseadas em "pós-verdades" (notícias falsas): "A Justiça está sendo induzida ao erro por informações produzidas de forma unilateral. Existe necessidade de mais informações e esclarecimentos por parte do Judiciário sobre esse assunto".

Veri Real – Entre as competidoras do 41º Campeonato Nacional da Raça Quarto de Milha de Trabalho e Conformação, estava a paratleta Veri Real – atleta da prova de Três Tambores. Embaixadora da categoria, a jovem de 23 anos desfila garra e superação ao falar da paixão pelo cavalo e pelas disputas Brasil afora: "Eu gosto de adrenalina. Já passei muitas dores; cada vez que me supero, fico feliz. Eu sempre sou feliz. Cavalo para mim é vida e superação sempre", confessa a competidora vencedora – na vida e nas provas – que almeja ser veterinária.