Economia

Bolsa recua com cenário político e Orçamento de 2022; dólar cai

Bolsa recua com cenário político e Orçamento de 2022; dólar cai

São Paulo – O último pregão do mês foi negativo para os ativos locais, com a Bolsa brasileira (B3) fechando em queda de 0,80%, aos 118.781,03 pontos nessa terça-feira (31), acumulando queda de 2,48% em agosto. Além da realização de lucros típica do fim do mês, o investidor observou os impasses no cenário político, em dia de apresentação do Ploa (Projeto de Lei Orçamentária) do governo para o ano que vem. No câmbio, o dólar caiu 0,34%, a R$ 5,1719.

Nesses dois últimos meses, o Ibovespa acumula retração de 6,32%, intervalo no qual o otimismo sobre a recuperação econômica e a relativa melhora das contas públicas deram lugar, rapidamente, a sinais de deterioração, puxada por perspectiva pior para o fiscal, pelo avanço da inflação e por ruídos políticos que se avolumaram, desembocando em crise institucional – situação que se agravou de forma a levar entidades empresariais a esboçar “manifestos” em defesa da harmonia entre Poderes, divulgados ou não, às vésperas do 7 de setembro. No ano, o índice cai 0,20%, acumulando queda de 1,57% na semana.

No Brasil, “há um imbróglio complexo entre política e fiscal, um não desenrolando o outro, e com STF e passeata (de 7 de setembro) no meio. E as reformas, sem avanço, assim como a definição sobre como ficarão o futuro Bolsa Família e o pagamento de precatórios. O exterior segue positivo e líquido. Há espaço para subir”, diz Rodrigo Knudsen, gestor da Vítreo.

Ontem à tarde, o Ministério da Economia apresentou o Ploa de 2022. Segundo a proposta, o teto de gastos, regra que limita o avanço das despesas à inflação, terá um crescimento de R$ 136,6 bilhões no próximo ano, e gasto total sujeito ao teto poderá chegar a R$ 1,61 trilhão no ano que vem.

A proposta considera o total de R$ 89,1 bilhões em despesas com precatórios, antes da solução que está sendo costurada pelos três Poderes para adiar uma parte dessa despesa, e não prevê nenhuma ampliação no Bolsa Família, rebatizado de Auxílio Brasil. Segundo a Economia, o Orçamento de 2022 destina R$ 34,7 bilhões ao programa social, o que seria suficiente para alcançar 14,7 milhões de famílias.

Operadores comentaram, mais cedo, que a peça orçamentária não reduz as incertezas em relação à condução das contas públicas, em meio ao aumento da pressão por gastos no ano que vem, por causa das eleições.