Cotidiano

Apesar de repreensão da ONU, Irã vai continuar seu programa de mísseis

TEERÃ (AP) – O Irã declarou neste sábado que continuará seu programa de mísseis, mesmo após o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, dizer que os testes não estão no âmbito do acordo nuclear selado pelo país com as potências mundiais.

– O Irã vai continuar fortemente seu programa de mísseis com base em sua própria defesa e cálculos de segurança nacional – disse o porta-voz do Ministério do Exterior, Bahram Ghasemi, em comentários publicados no site da pasta.

Segundo ele, o programa de mísseis do Irã não está ligado ao acordo nuclear e não entra em conflito com a resolução do Conselho de Segurança da ONU.

– O programa de mísseis do Irã tem como objetivo a defesa e não é projetado para transportar uma ogiva nuclear – acrescentou.

No primeiro relatório de seis meses para o Conselho de Segurança da ONU sobre a implementação da resolução, o chefe da ONU instou o Irã a parar os testes e disse que eles aumentariam as tensões no Oriente Médio. A resolução, que foi aprovada em 20 de julho do ano passado, autorizou medidas que conduzem ao fim das sanções da ONU contra o Irã.

Estados Unidos, França, Grã-Bretanha e Alemanha acionaram em março o Conselho de Segurança para discutir “respostas apropriadas” à atividade de mísseis do Irã, que classificaram como “desestabilizador e provocador.”

O chefe nuclear do Irã, Ali Akbar Salehi descreveu a resposta internacional como “estranha”, acrescentando achar “que uma conspiração está sendo formada”.

Depois que a agência nuclear da ONU certificou em meados de janeiro que o Irã havia cumprido seus compromissos no âmbito do acordo nuclear, muitas sanções econômicas ocidentais que tinham sido mantidas por anos foram revistas, como o desbloqueio do acesso a US$ 100 bilhões em ativos congelados e a criação de novas oportunidades para economia do país.

O Irã, no entanto, ainda está sujeito a um embargo de armas da ONU e de outras restrições. A resolução da ONU também inclui um tópico no qual prevê a reposição automática de sanções, caso Teerã descumpra suas promessas.