Cotidiano

Apesar da polêmica sobre o frete, exportações crescem em junho

Semestre fecha com queda na comparação com ano anterior

Palotina – Apesar da polêmica em torno do preço do frete após o tabelamento feito pelo governo federal dia 30 de maio para atender a uma das condições dos caminhoneiros para pôr fim à greve que durou 11 dias, as exportações do oeste cresceram 22% em junho na comparação a maio. Quando analisados os números do mesmo mês de 2017, há queda em 14 municípios, contra sete que registraram aumento. No total, houve crescimento de 8,4% nas exportações, graças à venda da soja de Toledo, que até maio não havia exportado um grão do cereal.

Para analistas, as exportações têm se mantido graças aos contratos já firmados, “mas alguém teve que pagar a conta. As exportações só se mantiveram em elevação, de maio para junho, porque os contratos estavam assinados e seria muito mais oneroso e arriscado não cumpri-los. Em vez de perder mercado e correr o risco de responder judicialmente, os embarcadores optaram por pagar pelo transporte (…) O que se viu também foi que a maioria [dos exportadores] usou as frotas próprias para escoar grãos e carnes da região até o porto. Utilizou-se minimamente o frete contratado de terceiros em que os acordos de valores não estavam firmados”, avalia a economista Regina Martins.

Os dados do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) revelam um avanço de 22% nas vendas externas de maio para junho na região oeste do Paraná.

No primeiro semestre deste ano, as 33 cidades que mantêm relações comerciais internacionais comercializaram US$ 829,4 milhões, com destaque para as carnes, que responderam por mais de 60% do volume.

Na comparação com o acumulado de janeiro a junho de 2017, há queda no faturamento: o oeste havia exportado US$ 832 milhões, enquanto no primeiro semestre deste ano foram US$ 829,4 milhões, uma de US$ 2,6 milhões, o que não representou nem um ponto percentual de queda.

Importações

Já as importações continuaram em queda, como tem se observado nos últimos três anos e que se acentuou no decorrer deste ano. “O dólar mais valorizado perante o real é benéfico para as nossas exportações, mas isso faz com que as importações se retraiam. Assim, muitos importadores encontram substituição nos seus produtos em marcas nacionais, que fica mais barato que os de fora cotados em dólar”, explica Regina.

No primeiro semestre deste ano, o oeste importou US$ 251,7 milhões, contra US$ 300,4 milhões no mesmo período do ano passado. Assim, com o leve recuo nas exportações no semestre, somado à retração das importações, o saldo da balança na região se manteve em elevação. O aumento foi de 9%, passando de US$ 531,6 milhões nos seis primeiros meses de 2017, para quase US$ 577,7 no primeiro semestre deste ano.

Liderança volta para Cascavel

A liderança regional nas exportações voltou para o Município de Cascavel em junho, após quatro meses sob o comando de Palotina. Cascavel exportou no primeiro semestre do ano quase US$ 156,2 milhões, enquanto Palotina comercializou US$ 151,4 milhões. Em ambos os casos a liderança nas vendas para outros países foi do setor carnes.

Em Cascavel, os contratos da proteína de frango somaram US$ 78,5 milhões, ou seja, metade das exportações locais. O volume foi 15% maior que o registrado no primeiro semestre do ano passado.

No entanto, na comparação com junho do ano passado, Cascavel teve exportou 34,7% a menos em dólares. Já Palotina teve queda mais acentuada, de 45,2%.

Já em Palotina a exportação da carne de frango representa US$ 122 milhões, ou seja, 81% das exportações locais. Por lá, essas transações também aumentaram no semestre se comparado a igual período de 2017 quando os contratos referentes a esse produto somaram US$ 72,2 milhões.

Dessa forma, a ampliação de mercados, a valorização do dólar e o aumento do volume exportado neste ano garantiram elevação de 55% nos valores dos contratos.