Cotidiano

2018: Região tem amplo espaço para crescimento

Com uma participação de 9% do PIB (Produto Interno Bruto) do Estado do Paraná, a região oeste responde por quase 6% da produção industrial do Paraná e o segredo para o avanço, na visão do especialista Wilhelm Meiners, está justamente nessa ampliação. “Há um grande espaço para se promover esse ciclo de desenvolvimento regional com o avanço da indústria. Podemos observar que no oeste integrado há um alto poder de desenvolvimento e isso precisa ser trabalhado”, destacou.

“Ampliar o processo industrial, conciliado com esta importante taxa de empreendedorismo permitirá dinamizar as potencialidades, isso é desenvolvimento, isso se chama oportunidades de negócios”, reforçou.

Mas após três anos de crise, como é possível ver seus efeitos, em números, nos municípios da região? Em Cascavel foram fechados mil postos de trabalho, em Foz do Iguaçu 300, em Toledo houve estabilidade, em Medianeira, Marechal Cândido Rondon, Palotina, Matelândia e Cafelândia, crescimento.

São municípios onde se viu a chegada de novas empresas e novos negócios, a humanização da economia a partir da consolidação das cooperativas, por exemplo. No mesmo pé, o Paraná perdeu mais de 100 mil postos de trabalho, no Brasil foram mais de 5 milhões chegando a 13 milhões de desempregados. “Diante disso tudo, é possível enxergar que a dinâmica econômica neste território [oeste do Paraná] é diferente com exportações em alta, cooperativismo consolidado, empreendedorismo forte e com isso se fugiu do que acontece na economia nacional. Por aqui se pode dizer: que crise é essa?”, destacou.

Por isso, o economista considera que uma empresa não cresce nem se desenvolve sozinha, que depende de seu território. “Por isso que os empresários precisam do desenvolvimento local, da infraestrutura, do ambiente inovador com serviços tecnológicos, precisam de investimentos, de força de trabalho qualificada que são as pessoas que formam capital humano. As empresas precisam de crédito para ampliar mercado e se desenvolver”, alertou.

Setores público e privado precisam caminhar juntos

Para a professora doutora Maria da Piedade Araújo, coordenadora do Núcleo de Pesquisas Avançadas em Administração, Ciências Contábeis e Ciências Econômicas da Unioeste, a crise não foi embora e ainda vai durar um pouco mais em decorrência das questões políticas. “2018 será um ano eleitoral e ano eleitoral por si só já traz crise por conta de toda a expectativa sobre o novo gestor, no caso o novo presidente”, avaliou.

Maria da Piedade lembra que no Paraná os indicadores da crise são mais favoráveis do que no Brasil, mas ainda são ruins. Ela considera que em algumas cidades da região determinadas ações foram voltadas para o crescimento econômico, mais do que para o desenvolvimento propriamente dito e que existe um importante caminho a ser trilhado.

“Enxergo que o desenvolvimento só vai ocorrer se houver a participação dos agentes nos Comitês Gestores em seus municípios”, ponderou.

Isso evitaria, por exemplo, as disparidades.

Além disso, o desenvolvimento não pode ser consolidado se os setores público e privado não caminharem juntos, um olhando para o outro e se completando, avalia a professora. “Esta união trará avanços porque o desenvolvimento socioeconômico não é promovido só pelo setor público ou só pelo privado, claro que a legislação tem um impacto muito grande, mas é difícil construir indicadores se os municípios não se conhecerem e se a iniciativa privada não se envolver. Este é o papel dos Comitês Gestores unindo os setores para promover o desenvolvimento”, considerou.

Comércio espera ano promissor

O reconhecimento de que o envolvimento da sociedade civil organizada, chamando para si parte da responsabilidade à retomada do crescimento também é o entendimento do presidente da Faciap (Federação das Associações Comerciais e Industriais do Paraná), Marcos Tadeu Barbosa.

O aumento nas vendas de fim de ano, em patamares um pouco acima dos projetados pela federação e que ainda estão em análise já servem como um importante medidor à economia do varejo paranaense para o ano de 2018. “O empresário entendeu que não poderia mais esperar, o envolvimento da sociedade civil organizada a partir das entidades e instituições estão sendo decisivas para a retomada do crescimento. Este é o exemplo do que está acontecendo na região oeste com o Programa Oeste em Desenvolvimento. Sem amarras e sem as burocracias do poder público, bandeiras importantes podem ser erguidas e alcançadas a partir destas ações (…) o empresário decidiu não esperar para ver o que iria acontecer no cenário nacional e está contratando, promovendo ações para a retomada do crescimento”, destacou.

Para o presidente da Faciap, 2018 deverá representar um avanço ao comércio com a reanimação do consumo das famílias e por consequência, mais empregos no setor. “Sabemos que ainda não será o ano de grandes crescimentos, mas já é uma importante recuperação e não apenas para o comércio, mas para a indústria. Será o ano para a retomada da consolidação econômica”, reconheceu.

De modo geral, os especialistas reconhecem que, acima de tudo, será um período de cautela e de aprimorar os conhecimentos, descoberta de novos mercados, ampliação dos negócios e aperfeiçoamento das potencialidades. Há o entendimento, inclusive, que desenvolvimento não se trabalha de forma isolada por um único município e que explorar, no bom sentido, as ações práticas para o desenvolvimento integrado a partir da organização por territórios como ocorre hoje com os Territórios Oeste e do Cantuquiriguaçu, são essenciais. O objetivo é promover o desenvolvimento trazendo prosperidade para todos a partir das potencialidades coletivas e individuais.