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Palmeiras celebra empate no Rio de Janeiro

Reservas do Palmeiras garantiram o empate. Foto: Assessoria
Reservas do Palmeiras garantiram o empate. Foto: Assessoria

Com um time misto, o Palmeiras iniciou a busca pelo undecacampeonato (11º título) nesta quarta-feira (12), no Maracanã, ao encarar o Fluminense pela 2ª rodada do Campeonato Brasileiro – o Verdão não pôde jogar a primeira rodada, contra o Vasco, em casa, pois estava disputando a final do Campeonato Paulista, no último sábado (08), diante do Corinthians (torneio do qual sagrou-se campeão – a reposição do duelo ainda não tem data definida.

Pelo placar de 1 a 1, o Palmeiras estreou com empate nesta edição do Nacional. O gol alviverde foi marcado por Luiz Adriano, aos 14 minutos do primeiro tempo, enquanto o tento do time carioca foi aos 38, também na etapa inicial, com Evanilson.

Este resultado ajudou o Verdão a manter uma sina antiga: a de não perder em suas estreias de Brasileirão desde 2009. Já são, com esse, 11 jogos de invencibilidade, acumulando sete vitórias e quatro empates no período (23 gols marcados e apenas sete sofridos. Série invicta esta que começou justamente com Vanderlei Luxemburgo, atual treinador do Verdão, com a vitória sobre o Coritiba, por 2 a 1 no Brasileiro de 2009. Curiosamente, a última derrota, na estreia de 2008, foi para o mesmo Coritiba, por 2 a 0.

Os duelos de debute desde o início da série invicta foram os seguintes: 2009 (2×1 sobre o Coritiba), 2010 (1×0 sobre o Vitória), 2011 (1×0 sobre o Botafogo-RJ) 2012 (1×1 com a Portuguesa), 2014 (2×1 sobre o Criciúma-SC), 2015 (2×2 diante do Atlético-MG), 2016 (4×0 sobre o Athletico-PR), 2017 (4×0 sobre o Vasco da Gama), 2018 (1×1 com o Botafogo-RJ), 2019 (4×0 sobre o Fortaleza-CE) e, agora, 2020 (1×1 contra o Fluminense).

A busca pelo undeca vem embalada de dois títulos já em 2020: a Florida Cup e o Campeonato Paulista. O Palmeiras, aliás, tem a alcunha de Maior Campeão do Brasil justamente por ser o time com mais títulos desse torneio nacional: são dez ao todo. Levou as taças de 1960 – Taça Brasil, 1967 (Robertão), 1967 (Taça Brasil), 1969, 1972, 1973, 1993, 1994, 2016 e 2018. Vale lembrar que os de 1993 e 1994 foram com Luxemburgo. Além destes, o Alviverde acumula outras quatro conquistas nacionais de expressão: 3 Copas do Brasil (1998, 2012 e 2015) e uma Copa dos Campeões (2000), totalizando 14 títulos de abrangência nativa.

Este foi o 24º duelo entre Fluminense e Palmeiras no Maracanã. Com o resultado, o Verdão igualou os números do rival em sua própria casa por partidas do Nacional. Agora são dez triunfos para cada lado e quatro empates.

Já levando em conta partidas por qualquer competição diante do Tricolor Carioca no Estádio Mário Filho, são 41 partidas com essa, sendo 18 vitórias do Fluminense, 17 do Palmeiras e seis empates.

Apenas pelo Brasileirão, em qualquer estádio, os times se enfrentaram pela 60ª vez; foram com 31 triunfos alviverdes contra 19 reveses, além de outros dez empates. O Maior Campeão do Brasil vazou o Tricolor Carioca em 91 ocasiões e sofreu 69 gols.

No geral, as equipes já se enfrentaram em 112 oportunidades com esta. A vantagem é palmeirense, com 60 vitórias, 17 empates e 35 reveses sofridos (194 gols marcados e 154 a favor do adversário).

Dentro de um aspecto histórico, vale destacar que o Fluminense foi o primeiro adversário do Palmeiras na história do Campeonato Brasileiro. Há quase 60 anos, no dia 09/11/1960, as equipes empataram em 0 a 0 no Pacaembu em partida de ida das semifinais da Taça Brasil, competição que reunia os campeões estaduais do ano anterior e era disputada no sistema de mata-mata. O duelo da volta, dia 16/11/1960, com o Maracanã como palco, ficou marcado pela primeira vitória alviverde em Campeonatos Brasileiros: 1 a 0, gol de Humberto Tozzi, e a vaga para enfrentar o Fortaleza na decisão (o Verdão venceu por 3 a 1 na capital cearense e por 8 a 2 no Pacaembu, conquistando o primeiro título de seu decacampeonato brasileiro já em sua primeira participação).

O jogo desta noite marcou também o reencontro do Palmeiras com o Maracanã, estádio no qual o Alviverde possui muita história: nele, foi campeão brasileiro (1967), mundial (1951) e também o time que marcou o gol mais rápido da história do Palmeiras e também do estádio, recorde que perdura até os dias atuais (com gol do ponta-direita Gildo, aos nove segundos, contra o Vasco da Gama, no dia 07/03/1965, pelo Torneio Rio-São Paulo).

NO CAMPO

Atualmente em sua quinta passagem, Vanderlei Luxemburgo soma 394 partidas à frente do Palmeiras, já com esta, acumulando 237 vitórias, 89 empates e 68 derrotas. Pentacampeão paulista pelo Alviverde (1993, 1994, 1996, 2008 e 2020), Vanderlei é o treinador que mais levantou canecos do Estadual pelo clube, seguido de Oswaldo Brandão (que faturou os de 1947, 1959, 1972 e 1974). Luxa também é o maior campeão da história do clube, com oito títulos, seguido também de Brandão, com sete. Além dos cinco estaduais, Vanderlei soma os Brasileiros de 1993 e 1994 e o Rio-São Paulo de 1993, enquanto Brandão levou os Brasileiros de 1969, 1972 e 1973.

Dentre os jogadores, destaque para Luiz Adriano, que manteve sua fama de carrasco contra o Fluminense – é o quarto gol do jogador em sua terceira partida contra o Tricolor pelo Verdão e, de quebra, tornou-se o artilheiro do time na temporada, com oito gols (igualando Willian Bigode).Recém-chegado ao clube palmeirense em 2019, o atacante fez todos os gols da vitória por 3 a 0 sobre o Fluminense pelo Brasileirão do ano passado logo em sua sexta partida pelo clube, no Allianz Parque (os clubes colocavam em dia rodada atrasada).

Destaque individual também para Zé Rafael, que com o passe a gol se tornou um dos garçons do time em 2020, agora com três assistências, igualando Marcos Rocha e Dudu.

NOVIDADE

No banco de reservas, o Palmeiras contou com um jogador nunca antes relacionado no time profissional: o zagueiro Henri. No clube desde 2015, tem como uma das principais características a liderança e a segurança – o defensor foi capitão do Palmeiras e da Seleção no Sub-15 e Sub-17. Foi titular e capitão do Brasil na Copa do Mundo Sub-17 do ano passado, vencida pela Seleção (ele quem levantou a taça). Faz parte de uma geração muito vitoriosa da base do clube e sempre manteve o posto de “xerife” na zaga. Apesar da pouca idade (18 anos), o atleta já é um multicampeão na base do clube, onde conquistou a Nike Premier Cup Sub-15 de 2017, os Paulistas Sub-15 de 2016 e de 2017, o Torneio Brasil-Japão Sub-15 de 2017, o Mundial de Clubes Sub-17 de 2018 e de 2019, o Campeonato Paulista Sub-17 de 2018, a Copa do Brasil Sub-17 de 2019 e a Supercopa do Brasil Sub-17 de 2019.

O JOGO

O Verdão veio para o duelo com algumas alterações em relação aos 11 titulares que vinham entrando normalmente desde o retorno da pandemia; as principais mudanças foram Jailson no gol, na vaga de Weverto; a dupla de zaga Luan e Vitor Hugo no lugar de Gómez e Felipe Melo; Bruno Henrique na posição de Patrick de Paula, como volante; e Raphael Veiga no lugar de Ramires no meio-de-campo.

Desta forma, o time do técnico Vanderlei Luxemburgo foi a campo com: Jailson; Marcos Rocha, Luan, Vitor Hugo e Matías Viña; Bruno Henrique, Gabriel Menino e Raphael Veiga; Zé Rafael, Luiz Adriano e Rony.

No primeiro tempo, o Verdão se mostrou superior, chegando algumas vezes com perigo logo nos primeiros 10 minutos: primeiro com Gabriel Menino e, depois, com Zé Rafael. O gol não demorou a sair. As tentativas se traduziram em resultado positivo logo aos 14 minutos de bola rolando, quando o zagueiro Vitor Hugo desarmou Fred, tocou para Zé Rafael que acionou Luiz Adriano – o camisa 10 saiu correndo e deu um belo tapa de pé direito, de fora da área, colocando a bola no cantinho do goleiro Muriel. (Fluminense 0x1 Palmeiras)

Após o gol sofrido, o time da casa não conseguia desenvolver suas jogadas. O Palmeiras seguia criando as melhores chances e, quando o Tricolor chegava perto da defesa, a zaga crescia, assim como os laterais – Marcos Rocha, por exemplo, parecia um paredão. Não deixava nada passar.

Porém, em um momento iluminado na partida o Fluminense passou a oferecer certo perigo para a defesa palmeirense; curiosamente, grande parte de suas jogadas vinham dando certo, ao contrário do que se via na maior parte do primeiro tempo. Aos 36 minutos então, Evanilson abriu o placar após disputar bola no alto com o lateral uruguaio Viña e levar a melhor: o jogador do time carioca chutou, a pelota ainda desviou no zagueiro Luan antes de tirar Jailson da jogada. (Fluminense 1×1 Palmeiras)

Após o gol de empate, poucos lances impactantes foram vistos no decorrer da etapa inicial.

Na volta do intervalo, o Palmeiras repetiu o desempenho do início do primeiro tempo e passou a predominar nos minutos iniciais dessa segunda etapa. Porém, a primeira chance clara foi do Flumiense, com Marcos Paulo, que aos dez minutos chutou por cima do gol de Jailson.

Aos 14 minutos então, Vanderlei Luxemburgo resolveu mexer no time pela primeira vez, fazendo logo duas alterações. Willian entrou no lugar de Rony no ataque enquanto Lucas Lima assumiu a vaga de Raphael Veiga no meio-de-campo, dando fôlego novo ao Verdão nesses dois setores. No minuto seguinte, aos 15, mais uma alteração: Patrick de Paula entrou no lugar de Gabriel Menino – ambos jogadores oriundos da base que atuam como volante.

Passados mais alguns minutos, o que se viu foi um jogo muito faltoso e sem muitas jogadas criadas por nenhum dos lados. As melhores chegadas foram de Egídio, aos 24, pelo lado Tricolor, e de Patrick de Paula, aos 26, pelo lado Alviverde.

Aos 27, Luxa faz mais duas alterações: coloca Ramires no lugar de Bruno Henrique e Gustavo Scarpa na vaga de Zé Raphael, tentando fazer com que o time buscasse uma reação imediata.

O Verdão até reagiu. Scarpa finalizou chutando de longe, aos 34. Depois, aos 39, Luiz Adriano teve outra chance, mas chutou para fora desta vez, após receber passe de Lucas Lima.

Nos minutos finais, apesar dos três minutos de acréscimo, nenhuma jogada mais fora desenvolvida pelas equipes e, desta forma, os times empataram por 1 a 1 no Maracanã.