Brasil - O esporte paralímpico brasileiro viveu um momento histórico neste domingo (5). Pela primeira vez, o Brasil terminou o Campeonato Mundial de Atletismo Paralímpico no topo do quadro de medalhas. A competição, realizada em Nova Déli, na Índia, encerrou com 44 medalhas para a delegação nacional: 15 ouros (dois a mais que a China), 20 pratas e nove bronzes.
Esse feito é ainda mais marcante considerando que é apenas a segunda vez que a China não lidera um Mundial de Atletismo Paralímpico. A primeira foi em 2013, quando a Rússia terminou em primeiro lugar, na edição disputada em Lyon, na França.
O Brasil já vinha se aproximando do topo nas últimas edições. Em 2019, em Dubai, foram 14 ouros e 39 medalhas no total — contra 25 ouros e 59 medalhas da China. Em 2023, em Paris, os brasileiros repetiram os 14 ouros, mas ficaram atrás por apenas duas medalhas douradas. No Mundial de 2024, em Kobe, o país teve seu recorde de ouros (19), mas ainda foi superado pelos chineses, que somaram 33 medalhas de ouro e 87 no total.
Ouros e bronzes no Mundial de Atletismo Paralímpico
Neste domingo, o dia começou com ouro para o Brasil com Zileide Cassiano, no salto em distância da classe T20 (deficiência intelectual). Ela repetiu o feito de Kobe e superou a polonesa Karolina Kucharczyk, campeã paralímpica em Paris, que desta vez ficou com o bronze.
Jerusa Geber conquistou o segundo ouro do dia nos 200 metros da classe T11 (cego total) e alcançou uma marca histórica: sua 13ª medalha em Mundiais. Com isso, tornou-se a atleta brasileira mais premiada da história da competição, superando Terezinha Guilhermina. Na mesma prova, Thalita Simplício garantiu o bronze.
“Concluí dois objetivos: o tetra nos 100 metros e sair como a atleta brasileira com mais medalhas em Mundiais. Estou saindo sem dor, sem lesão. Quero ir para Los Angeles em 2028. Quero o penta, o hexa… até onde der”, disse Jerusa, de 43 anos, ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).
Controvérsia e Ouro para Clara Daniele
Ainda nos 200 metros, desta vez na classe T2 (baixa visão), Clara Daniele estreou em Mundiais com uma prata — que virou ouro após protesto do CPB. A organização contestou a vitória da venezuelana Alejandra Lopez, alegando que o atleta-guia a puxou antes da linha de chegada, o que é proibido. A arbitragem acatou a reclamação e o Brasil somou seu terceiro ouro do dia.
Outras duas medalhas vieram no último dia. Maria Clara Augusto foi prata nos 200 metros da classe T47 (amputação em um dos braços) e chegou ao seu terceiro pódio na competição — feito inédito entre os brasileiros na edição.
Já no arremesso de peso das classes F42 e F63 (deficiências nos membros inferiores), Edenilson Floriani garantiu o bronze e ainda quebrou seu próprio recorde das Américas.
Por fim, Thiago Paulino teve confirmada sua prata no arremesso de peso da classe F57, disputado no sábado. Após protesto de um adversário, o CPB recorreu e o resultado foi mantido.
Fonte: Agência Brasil