Cascavel – As medidas de prevenção e combate ao novo coronavírus, especialmente o fechamento de comércios e serviços não essenciais em quase todo o País, impactaram diretamente no setor de transportes.
No geral, no início da pandemia, a queda média foi de 49% no faturamento do segmento no País. Mas o setor de cargas agrícolas seguiu na contramão. “Para o segmento de transporte que trabalha com o agro não houve impacto negativo, houve até crescimento em algumas regiões, ao contrário dos outros setores, que foram impactados pelo fechamento dos comércios, redução de atividades industriais e afins. O setor de cargas fracionadas, aquelas em quantidades pequenas de mercadoria e que não ocupam o espaço total do veículo, e também as cargas do setor industrial registraram o maior impacto, uma redução de 40% no volume nas primeiras semanas”, afirma o presidente do Sintropar (Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística do Oeste do Paraná), Wagner Adriani de Souza Pinto.
No Paraná, a redução do faturamento geral em abril foi de 48%, mas o setor comemora uma recuperação alavancada pela retomada econômica e por medidas de flexibilização da quarentena. “No Paraná e em Santa Catarina, em maio a queda no faturamento ficou em 29%, ou seja, houve uma melhora. Isso por conta da reabertura dos comércios e também porque a Região Sul é uma das maiores produtoras de grãos, então esse tipo de carga ajuda a equilibrar”, ressalta Wagner.
Já no Brasil, em abril a queda no faturamento ficou em 47% e passou a 48% em maio. De acordo com Wagner, na prática nada muda, e a diferença em relação aos números do Paraná é por conta da manutenção do fechamento de serviços não essenciais na maioria dos estados.
Inadimplência
O presidente do Sindicato explica que os transportes de cargas, apesar de sentir os impactos negativos da pandemia, não foram atingidos de forma grave como outros setores.
Agora, o problema tem sido o aumento da inadimplência no setor e a necessidade de ampliar a possibilidade de negociação com os clientes. “Com as vendas paradas ou em ritmo mais lento, há um registro de inadimplência no setor, assim como os prazos de pagamento precisaram ficar mais elásticos e o fluxo de caixa teve que seguir o mesmo caminho. Isso porque o cliente precisou fazer o mesmo com os clientes dele e as contas ficaram mais difíceis de fechar”, complementa Wagner.