Cotidiano

Túnel sob Francisco Beltrão vai acabar com cheias históricas

O túnel vai evitar, de uma vez por todas, as enchentes que são parte da história do município e que já geraram perdas sociais e financeiras incalculáveis para os moradores

Projeto é inédito em uma cidade do interior do País e vai pôr fim a enchentes - Foto: Geraldo Bubniak/AEN
Projeto é inédito em uma cidade do interior do País e vai pôr fim a enchentes - Foto: Geraldo Bubniak/AEN

Francisco Beltrão – Três explosões por dia em dois pontos distintos e trabalho ininterrupto de escavação são os únicos caminhos para abrir um túnel de 1,2 quilômetro de extensão e 8 metros de altura dentro de Francisco Beltrão, no Sudoeste do Paraná. Ele ficará 62 metros abaixo do nível da vida urbana, na cota máxima, e será responsável por auxiliar o escoamento das águas do Córrego Urutago em direção ao Rio Marrecas.

O túnel vai evitar, de uma vez por todas, as enchentes que são parte da história do município e que já geraram perdas sociais e financeiras incalculáveis para os moradores.

As obras começaram em dezembro passado, partem de duas frentes e vão se encontrar no miolo. No Parque de Exposições Jayme Canet Júnior está localizado o emboque, onde o túnel já avançou 140 metros, e no Bairro Padre Ulrico, à beira do Marrecas, está o desemboque, onde a escavação já alcançou 520 metros. O investimento do governo do Estado é de R$ 29 milhões nesse projeto, inédito em uma cidade do interior do País.

“Essa é uma obra debatida há muitos anos dentro do Município e que resolverá os problemas com as cheias dos rios que passam no perímetro urbano. Francisco Beltrão conseguiu encontrar uma solução ousada, dentro do escopo ambiental necessário, e conta com apoio do Estado”, afirma o governador Carlos Massa Ratinho Junior. “É uma obra marcante e que conseguimos priorizar dentro das necessidades do sudoeste”.

O prefeito Cleber Fontana explica que, nos dias de chuva, o Rio Marrecas enche e faz pressão negativa nos outros rios. “Já perdemos muito com isso, é uma ferida aberta. Essa questão será definitivamente resolvida”, destaca o prefeito.

 

Etapas

O túnel é a primeira fase da estratégia de contenção, que engloba investimento total de R$ 50 milhões. Há, ainda, outras duas etapas. Uma delas é o aprofundamento e o alargamento do Rio Marrecas no perímetro urbano, o que o deixará retilíneo e estável, somado a um projeto de um parque linear com ciclovias, calçada, iluminação pública e academias ao ar livre.

A segunda etapa será a construção de uma barragem com as rochas retiradas do túnel fora do perímetro urbano, a cerca de 1,5 quilômetro do ponto em que o rio entra no município em direção à nascente (a montante), em Marmeleiro.