Cotidiano

Saúde pública: No Cisop, 110 pacientes faltam a consultas todo dia

Em Cascavel segundo dados internos, a média diária de faltas é de 110 pessoas

Foto: Arquivo
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Cascavel – Só quem já precisou de uma consulta de especialistas pela rede pública sabe que nem sempre é fácil, e muitas vezes precisa ter paciência. Apesar dessas dificuldades, muitos dos que conseguem não comparecem, por razões diversas, e o serviço é perdido. E não é pouco.

Em Cascavel e mais 24 municípios da região, boa parte dos atendimentos com especialistas é feita no Cisop (Consórcio Intermunicipal de Saúde do Oeste do Paraná). Segundo dados internos, a média diária de faltas é de 110 pessoas. No total do ano, foram desperdiçadas 28.262 consultas, 14,8% do total de agendamentos (177.579).

O cálculo considera atendimento de segunda a sexta, mas não exclui os feriados e recessos.

Com base no mesmo cálculo, em 2018, a média de faltosos às consultas foi de 106 pacientes diariamente. Das 163.187 consultas marcadas, 27.229 pacientes não compareceram. O percentual é de 16,7% do total.

Porta-voz do Cisop, Luciano Barros explica que as faltas se devem a uma questão cultural. “A população, em geral, tem a cultura de procurar atendimento quando tem sintomas, dores, mal-estar e afins. Mas, quando esses sintomas passam, muitas vezes por ingestão de medicamento, as pessoas não insistem em investigar as causas do problema, e deixam de ir às consultas, ou não fazem os exames, por acreditarem já estar curadas”.

Importante ressaltar que as consultas e os exames não feitos não são pagos.

A prefeitura que mais realizou consultas em 2019 foi a de Cascavel, com 79.310, que custaram R$ 3.885.341. De Cascavel, 16.758 pacientes agendaram e não compareceram.

Em seguida está Quedas do Iguaçu, que fez 7.698 consultas, que custaram R$ 392.691. Dessa cidade, 1.392 faltaram ao longo do ano. Cafelândia aparece logo depois, com 6.816 consultas e R$ 360.822 pagos; os faltantes somaram 1.368.

O Município que menos realizou consultas no Cisop em 2019 e Lindoeste: 901, com R$ 48.554 pagos e 173 pacientes que não compareceram aos agendamentos.

Exames

Em números muito maiores, até porque muitos pacientes fazem mais de um conforme o caso, os exames têm média de desperdício bem maior: 348 faltas por dia, totalizando 89.568 no ano, o que representa 7,81% dos 1.145.992 procedimentos agendados.

Mas se você acha muito, em 2018 o cenário foi muito pior: 1.021 faltas por dia, 22,8% do total de 1.152.401 exames agendados.

Segundo Luciano Barros, uma das explicações para essa redução é aumento na conscientização das pessoas sobre o comparecimento e resultado de ações estratégicas que as secretarias municipais de Saúde desenvolvem para diminuir esse problema.

Por cidade

Com uma população bem maior, o Município que mais contratou procedimentos foi Cascavel, no total de 388.953 realizados, no valor de R$ 5.624.455,54; houve 32.584 faltantes ao longo do ano. Cafelândia realizou 59.547 exames, que custaram R$ 841.424,27, e registrou 5.204 faltas.

“Apenas a consulta e o exame realizados são pagos, então não há prejuízo nesse sentido. Mas, sem dúvida, a pessoa que agenda e não comparece está tomando o lugar de outra”, explica Luciano, que acrescenta: “Cabe a cada município fazer o contato com os pacientes e orientar ou advertir, se for o caso”.

Mais faltas

Apesar de ser a sede do Cisop, os pacientes de Cascavel são os que mais faltam, inclusive proporcionalmente. Em 2019, foram 32.584 faltas a exames, o que representa 36,38% do total de faltas no ano.

Em 2018, o número de procedimentos não realizados foi de 100.580, 38,3% do total de 262.600 dos municípios.

As faltas a consultas são ainda mais significativas: 16.758 cascavelenses não compareceram aos agendamentos ano passado, equivalente a 59,3% do total, de 28.262 faltantes.

No ano anterior, 17.922 pacientes cascavelenses faltaram às consultas agendadas, 65,8% do total de 27.229 ausências.