MEIO AMBIENTE

Prefeitura ainda não foi “autorizada” a cortar árvores do Lago Municipal

O processo está em análise técnica para comprovar a necessidade da retirada das árvores, que mudaria o cenário local

lago municipal
O processo está em análise técnica para comprovar a necessidade da retirada das árvores, que mudaria o cenário local. Foto: Celso Dias

O corte de 457 árvores abaixo da barragem do Lago Municipal de Cascavel foi determinado pela a Justiça ainda em 2021, mas desde então, a Prefeitura de Cascavel aguarda a liberação do IAT (Instituto Água e Terra), de Curitiba, que ainda não emitiu o laudo autorizando o corte. O processo está em análise técnica para comprovar a necessidade da retirada das árvores, que mudaria o cenário de um dos principais cartões postais da cidade.

A decisão foi acertada em uma audiência com o Ministério Público e visa proteger a barragem do Lago, logo após ela ter sido enquadrada como de “alto risco de rompimento”, resultado de fiscalizações que ocorreram em todo o país, após a tragédia de Brumadinho devastou a região mineira e deixou 272 mortes. As árvores não têm a função de segurar a barragem e impedem que seja feita uma vistoria no talude do lago e, quando forem cortadas, serão substituídas por um grande gramado. Mais da metade delas são de pinus, uma árvore exótica e enquadrada como “invasora”, não deixando outras plantas crescerem.

As árvores ficam na parte debaixo do Lago, local que sofre constantemente com o vandalismo e furto de fios que, inclusive, está sem iluminação desde que a fiação foi roubada ainda no ano passado. O chefe do setor de iluminação da Secretaria de Serviços e Obras Públicas, Oracildes Tavares, disse que o espaço não vai receber lâmpadas de Led como na área principal do lago, visto que é pouco utilizado pelos moradores e, com isso, acaba sendo alvo fácil dos vândalos.

O secretário municipal de Meio Ambiente, Aílton Lima, disse que eles aguardam a autorização do órgão estadual para fazer o corte, mas que isso deve ocorrer apenas com a finalização do PAI (Plano de Ação Emergencial) que é a última etapa, visto que já foram finalizados tanto o Plano de Segurança da barragem e o Plano de Ação Imediata, processos que demandaram estudo minucioso, inclusive com ações como as que foram feitas na semana passada.

 “Esperamos protocolar esse último plano em um mês, já que a última ação que precisávamos fazer em relação a isso era aquele treinamento da barragem do lago”, lembrou. A ação foi realizada na semana passada e reuniu órgãos de defesa, ambientais e de saneamento para uma simulação de acidente ambiental em todo Parque Ambiental Municipal Paulo Gorski. A Unidade de Conservação é a maior reserva ecológica urbana do Sul do Brasil com mais de 1,170 milhão de metros quadrados de extensão dividida em mata nativa, lâmina d’água, nascentes e o Zoológico Municipal.

Na ação representantes dos órgãos participaram da simulação que integra o PAI , sendo treinados para caso exista algum tipo de contaminação do Lago Municipal, utilizando inclusive equipamentos necessários para a contenção do dano ambiental. Na simulação a primeira ação foi da Defesa Civil que acionou a Corpo de Bombeiros, a Polícia Rodoviária Federal, Sema, Patrulha Ambiental e a Sanepar para o trabalho de controle do local. 

Cadastro imóveis

Aílton Lima lembrou ainda que já foi concluído o levantamento iniciado no fim do ano passado em que os órgãos que fazem parte da Comissão Intersetorial de Acompanhamento, Monitoramento e Avaliação do Plano Municipal de Segurança da Barragem e do Plano de Emergência do Lago Municipal de Cascavel de vistoria nos imóveis que estão dentro da área denominada como “mancha de inundação”.

O cadastro englobou a área que seria atingida caso houvesse um rompimento da barragem do Lago Municipal, por meio de um aplicativo que acelerou o trabalho dos servidores. O resultado também será apontado no PAI que será protocolado pela Sema.