SÃO PAULO – A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira a segunda fase da Operação Research, que investiga desvios de recursos públicos destinados à Universidade Federal do Paraná (UFPR). Na primeira fase, deflagrada no mês passado, os investigadores disseram que as fraudes chegaram a R$ 7,5 milhões. O esquema pagava bolsas irregulares a pessoas sem vínculo com a universidade.
Na segunda fase, o foco da investigação é a prisão das pessoas que agiam com o objetivo de desviar recursos públicos, a título de bolsas, em conluio com duas servidores da instituição, que foram presas preventivamente na primeira fase.
Policiais federais cumpre 19 mandados judiciais: seis de busca e apreensão, cinco de prisão temporária e oito de condução coercitiva nas cidades de Curitiba, Campo Grande, Sorocaba, no interior paulista, e Erechim, no Rio Grande do Sul.
Segundo a PF, os mandados de condução coercitiva são contra outros três supostos bolsistas, antes desconhecidos da investigação, dentre outros envolvidos no esquema fraudulento.
De acordo com as investigações, entre 2013 e 2016, o esquema pagou bolsas irregulares a um grupo de 27 pessoas – entre eles cabeleireiros, taxistas, donos de salão de beleza – sem qualquer vínculo com a universidade. Algumas delas não tinham sequer ensino superior.
Na ocasião, os 27 beneficiários e duas servidoras da universidade, que faziam parte do esquema, tiveram a prisão temporária decretada pelo juiz Marcos Josegrei da Silva, da 14ª Vara Federal de Curitiba.
Conceição Abadia de Abreu Mendonça e Tânia Marcia Catapan, chefe da Seção de Controle e Execução orçamentária, e chefe da Secretaria Administrativa do Gabinete da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da universidade, respectivamente, beneficiavam pessoas que tinham grau de parentesco ou faziam parte de seu círculo de amigos, segundo as investigações. Além de presas, elas tiveram suas atividades suspensas.