Depois de dois anos com celebrações mais tímidas e reservadas devido a pandemia, este ano os cristãos terão uma Páscoa um pouco mais tranquila e ‘aquecida’, já que a pandemia está com números cada vez mais baixos tanto em relação aos casos, quanto no número de óbitos, o que foi possível conquistar com o avanço da vacinação contra a Covid-19, de crianças a idosos, de acordo com os órgãos de saúde.
O retorno presencial dos fiéis às igrejas, traz também um “novo” sentimento de renovação da fé, no retorno à “Casa de Deus”. Para os cristãos, a Páscoa, também conhecida como Domingo da Ressureição de Jesus é uma das festividades mais importantes para o Cristianismo, celebrando a ressureição de Jesus, três dias depois de sua crucificação que ocorreu na Sexta-feira Santa, segundo os relatos do Novo Testamento da Bíblia. Vale lembrar que a Páscoa também tem grande significação para a cultura judaica, relembrando a saída da nação israelita do domínio do Egito, precedendo a famosa passagem da “travessia do Mar Vermelho”.
Para os cristãos, a Páscoa marca o ápice da paixão de Cristão, que é antecedida pela a Quaresma, um período de quarenta dias de jejum, orações e penitências. A última semana da Quaresma é chamada de Semana Santa e tem o chamada Tríduo Pascal, que começa na quinta-feira quando é celebrada a “Última Ceia” e a cerimônia de “Lava Pés” que precedeu a crucificação e a morte de Jesus.
Ela é seguida ainda por um período de cinquenta dias, chamado de Tempo Pascal que se estende até o domingo de pentecostes.
“Sabor de vitória”
Gilvano de Souza é pastor da Igreja Verdade Cascavel e presidente da Opevel (Ordem dos Pastores de Cascavel), falou que para as igrejas a Páscoa deste ano tem ainda um motivo muito maior de comemoração. Para ele, mesmo as celebrações tendo um retorno gradativo já que a pandemia ainda não terminou, a maior parte dos fiéis estará na igreja para celebrar a data que neste ano terá ainda um “sabor de vitória”.
“É uma comemoração especial, porque a pandemia foi um ciclo muito difícil para a humanidade que agora está terminando. Estamos saindo dela, muitas pessoas perderam entes queridos e podemos refletir nessa data da Páscoa, que é um momento para o recomeço e de retorno em todos os aspectos”, disse o pastor, reforçando a importância da data, “maior celebração para todo cristão”.
Para Gilvano de Souza, é importante que as pessoas analisem o que a pandemia nos trouxe e, a partir de agora, celebrem o retorno de uma vida normal, a retomada do cotidiano das pessoas, já que é um privilégio estarmos vivos. “Assim, o significado da Páscoa celebra a ressureição de Jesus, que é filho de Deus, que se despiu da sua glória para morrer no nosso lugar. A Bíblia diz que estávamos mortos, ele veio e deu a vida para nos resgatar e nos aproximar de novo do Criador, experimentar uma nova aliança e um relacionamento com Deus”, falou o pastor.
Para ele, é importante que os fiéis neste fim de semana relembrem e celebrem os acontecimentos que ocorreram há dois mil anos, de que Jesus morreu na sexta-feira, mas no domingo ressuscitou, que é o sentido maior da Páscoa para o cristão. “A nossa esperança morreu na sexta e retornou no domingo. Jesus é a nossa páscoa”, complementou.
“Coração aberto”
O padre Reginei José Modolo, conhecido como padre Zico, pároco da Catedral Nossa Senhora Aparecida, reforçou a importância da Páscoa para todos os cristãos. Ele reafirmou que para os católicos a data é a celebração mais importante, o centro de toda a vida religiosa, já que as demais celebrações, entre eles, o próprio calendário litúrgico é organizado pela a Páscoa. “É a maior festa cristã e como disse Paulo, se Cristo não ressuscitou vã é a nossa fé”, disse Padre Zico, lembrando o texto da primeira carta do Apóstolo Paulo, aos Coríntios.
Padre Zico salientou que as respostas vêm da ressureição de Jesus e disse que as celebrações já foram liberadas com a presença das pessoas há algum tempo e a igreja segue à risca ainda uma série de restrições e cuidados o que permite um número maior de fiéis dentro das igrejas. Ele lembrou ainda que a liberação do uso da máscara já reflete na retomada da participação das pessoas dentro da igreja. “No ano passado enfrentamos uma série de restrições e este ano já são bem menores”, relembrou.
Ele convidou ainda os cristãos que ainda não retornaram para a vida na igreja que aproveitem a celebração da Páscoa para voltarem a casa de Deus, que abram o coração para o amor de Jesus.
Nesta sexta-feira (15), Catedral, às 15h, acontece a celebração da Paixão de Cristo e às 18h a via sacra, que relembra todo o processo que passou Jesus Cristo no dia da sua morte.