Kits da merenda escolar geram polêmica em Santa Tereza do Oeste

Santa Tereza do Oeste – A entrega dos kits de merenda de Cmeis e escolas municipais de Santa Tereza do Oeste gerou bastante polêmica esta semana. É que diversos pais reclamaram dos itens e da quantidade entregue às famílias. Nas redes sociais, relatos e fotos mostram meia dúzia de ovos, um pão caseiro, três batatas-doces, três tomates e cinco mixiricas, outro kit acrescenta um maço de cheiro verde e um pé de alface. Teve também quem recebeu um abacate.

Apesar da pequena variação, a queixa foi unânime, já que o kit merenda está sendo distribuído desde o ano passado, em todo o Estado, com o objetivo de ajudar as famílias cujos filhos estão fora da sala de aula em função da pandemia.

Quem também recebeu reclamações foi o vereador Marcelo Picoli (DEM). E não é a primeira vez que isso acontece, destaca.

Uma das mães que expuseram sua indignação, Solange Petry afirma que não está questionando o Município por achar que seu filho de quatro anos é melhor que os outros, mas porque ele está em fase de crescimento e acredita que ele precise mais do que recebeu para se desenvolver de forma adequada. “É direito de todos! O meu filho não é melhor nem pior que nenhum. Ele tem o direito como qualquer criança matriculada tem e eu vou questionar isso sempre”, diz Solange.

Em meio aos relatos, foi solicitado que o vereador Picoli tome providências sobre o assunto. “Na condição de vereador, eu vou cobrar explicações e investigar. Porque não é de hoje”, resume.

O que diz o Município

A reportagem entrou em contato com o prefeito Elio Marciniak (PSD), o Kabelo, e os secretários de Administração e Educação.

A secretária de Educação, Inês de Menezes Avelino, informou que já foram entregues às famílias três kits de merenda escolar em que os produtos são exclusivamente da agricultura familiar. Os demais itens ofertados aos alunos, como leite em pó, bolacha, arroz, macarrão, óleo e sal, não estão sendo entregues pois estão em processo de licitação, explica.

Uma das mães que entrou em contato coma reportagem fotografou o depósito de uma escola com boa parte desses itens nas prateleiras. Sobre isso, a secretária disse que se trata do depósito de Merenda Escolar do Município e os produtos estão armazenados porque as escolas estavam preparadas para receber os alunos em aulas presenciais a partir de fevereiro. “Esses itens não estão estocados porque a gente não quer distribuir. É porque eles estão preparados para receber os alunos presencialmente”, argumenta.

Critérios

Segundo a secretaria de Educação, todos os alunos matriculados na educação infantil e no ensino fundamental (1º ao 5º ano) nas escolas e nos Cmeis do Município de Santa Tereza do Oeste têm direito ao kit, que é elaborado por nutricionista.

O kit é planejado e a definição dos gêneros alimentícios é estabelecida levando em consideração a faixa etária do aluno e o número de refeições por dia que ele faria na escola.

Os três primeiros kits do ano foram montados apenas com alimentos fornecidos pela agricultura familiar, cuja distribuição ocorre quinzenalmente, enquanto as aulas estão no sistema remoto.

A secretária enviou um vídeo no qual estariam os “verdadeiros” kits de merenda que estariam sendo entregues aos pais. O vídeo está disponível no site do Jornal O Paraná. As imagens mostram diversos produtos, inclusive não perecíveis, como feijão.

Mãe fotografa depósito de escola com produtos estocados