Para tentar se reorganizar e frear a entrada de mais pacientes, o HUOP (Hospital Universitário do Oeste do Paraná) decidiu suspender por 20 dias a realização de cirurgias eletivas. Há cerca de um mês a superlotação está sendo um problema diário dentro do hospital que na quinta-feira (16) chegou a ter 92 pacientes no pronto-socorro, sendo que nenhum deles poderia ser remanejado para outra instituição hospitalar devido às condições de saúde.
Rafael Muniz de Oliveira, diretor geral do HUOP, que conversou com a imprensa na sexta-feira (17), disse que a decisão foi tomada em conjunto com a Sesa (Secretaria Estadual de Saúde), que entendeu que a “situação não está boa há algum tempo”, mais precisamente nos últimos 30 dias, e que “momentos difíceis trazem decisões difíceis”.
Segundo o diretor, grande parte dos leitos está ocupada por pacientes que se envolveram em acidente de trânsito e, a maioria dos atendimentos de emergência envolve ortopedia, atingindo cerca de 70% dos leitos ocupados no pronto-socorro. “Os pacientes que estão dentro do hospital e que estão aguardando por cirurgia tem maior risco do que o que está aguardando em casa, a espera é mais difícil, por isso, tomamos essa decisão”, explicou Muniz.
Nesse período, o Huop fará algumas readaptações internas, para tentar realizar mais cirurgias no centro cirúrgico, mas, para isso, será preciso contratar mais médicos anestesistas, já que a quantidade atual não supre a demanda. “Estamos estudando uma forma de ter mais profissionais e ampliar as cirurgias, para resolver os problemas mais rapidamente e operar também de noite”, detalhou.
Espaço físico
O diretor disse ainda que o problema maior dentro do hospital é a falta de espaço físico, que só vai melhorar após o término da obra da ala materno infantil no segundo semestre desse ano. “Depois disso, poderemos ampliar e readequar os espaços, inclusive utilizando as salas do centro de queimados, mas para isso o primeiro passo é ter mais profissionais o que vamos em busca a partir de agora”, disse.
Conforme Muniz, o hospital realiza uma média de 20 eletivas por semana e sem esses pacientes, conseguem agilizar o atendimento dos que já estão dentro do hospital. Além disso, na sexta-feira (17) tinham na 10ª Regional de Saúde um total de 69 pacientes aguardando leitos para fazer cirurgia, uma demanda reprimida, além de pacientes que estão internados nas Upas (Unidades de Pronto Atendimento) da cidade.
Março Azul: Huop realiza mutirão de exames de colonoscopia na segunda
Em alusão a campanha do “Março Azul”, mês de conscientização e prevenção do câncer de intestino, será realizado segunda-feira (20) um mutirão de colonoscopia no Huop (Hospital Universitário do Oeste do Paraná), em Cascavel. Os exames serão realizados das 13h às 16h e pacientes já cadastrados no sistema do hospital passaram pelo mutirão.
O objetivo é a prevenção através de exames simples, já que o câncer intestinal é um dos três tipos mais letais no Brasil e traz sofrimento ao paciente e seus familiares. A prevenção e os exames de rotina são a única maneira de enfrentar e reverter esse cenário, por isso a importância de alertar a população.
Para André Pereira Westphalen, coordenador e responsável técnico médico do Setor de Endoscopia do Huop, e atual presidente da Sociedade Paranaense de Coloproctologia, “esse mutirão ajudará a alertar a população sobre as medidas possíveis na prevenção do câncer de intestino, assim como sensibilizar os gestores públicos para investimentos, tanto na prevenção como no diagnóstico precoce deste câncer, em grande parte das vezes evitável, ou mesmo curável, se diagnosticado no início da doença”.
O médico disse ainda que eles buscam o apoio para aprovação do projeto de Lei 5024/2019 que inclui o “Março Azul” na agenda oficial da saúde brasileira, e a Unioeste e o Huop, como instituições modificadoras da sociedade, tanto em saúde quanto em educação, não poderiam estar fora dessa campanha.
Emendas impositivas dos vereadores auxiliam nas eletivas e vários exames
Outro mutirão de exames ocorre neste sábado (18), na qual várias clínicas que prestam serviço à Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) estarão realizando exames complementares de imagens e outros com recursos das emendas impositivas apresentadas pelos 21 vereadores de Cascavel. Cada vereador destinou R$ 100 mil em emendas impositivas para a realização de cirurgias eletivas e exames complementares, o que totaliza um valor de R$ 2,1 milhões.
O secretário de Saúde, Miroslau Bailak, reforçou que o município não tem legalmente como usar recursos próprios ou do SUS (Sistema Único de Saúde) para a realização de cirurgias e exames complementares, a não ser em situações como esta, disponibilizada por meio de emendas dos vereadores. “Fizemos cerca de 1,2 mil exames complementares e 68 cirurgias até agora”, afirmou o secretário, lembrando ainda que os recursos vão possibilitar a realização de exames como tomografia, colonoscopia, ultrassonografia, entre outros, além de cirurgias.