Cotidiano

Governo decreta situação de emergência hídrica na RMC e no sudoeste

A iniciativa do Estado busca agilizar processos para garantir o abastecimento e a qualidade da água consumida pela população

Governo decreta situação de emergência hídrica na RMC e no sudoeste

Curitiba – Com a continuidade da estiagem no Paraná e após o abril mais seco da história em várias cidades paranaenses, o governo do Estado decretou nessa terça-feira (4) situação de emergência hídrica na Região Metropolitana de Curitiba e no sudoeste do Estado. O Decreto 7.554/21 tem validade de 90 dias e é assinado um ano após medidas semelhantes terem sido adotadas para minimizar os impactos da crise hídrica, que se estende há pelo menos dois anos.

A iniciativa do Estado busca agilizar processos para garantir o abastecimento e a qualidade da água consumida pela população. As medidas estratégicas de contenção, fiscalização e de apoio envolvem diferentes órgãos e secretarias do Estado e devem atingir o outono e o inverno, estações em que o volume de chuvas já ficam abaixo da normalidade.

“Mais uma vez pedimos o apoio de toda a população para que faça o uso racional da água. Além de enfrentar uma pandemia, o Paraná passa por uma crise hídrica sem precedentes em nossa história”, afirmou o governador Carlos Massa Ratinho Junior. “Precisamos novamente da compreensão e da participação de todos os paranaenses, em especial dos moradores das regiões mais atingidas, para que não falte água, esse bem tão essencial para vida de todos”.

Em março de 2021, o mais seco em 24 anos em Curitiba, o nível dos reservatórios que abastecem a RMC estava em 60%, mais baixo que no mesmo período do ano passado e bem abaixo da média histórica dos últimos 20 anos, que indicava volume útil de 97%. Nessa terça-feira (4), o nível dos reservatórios estava em 53,5%. A situação é mais crítica na Barragem Iraí, que está com 41,77% da capacidade, seguida pelas barragens Passaúna (54,17%), Piraquara I (61,45%) e Piraquara II (78,15%).

De acordo com o Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná), abril de 2021 foi o mês mais seco em várias cidades paranaenses desde o início da série histórica, em 1998, condição que atingiu Curitiba, Cascavel, Umuarama, Maringá, Londrina, Guarapuava e Pato Branco.

Sudoeste

A região sudoeste do Paraná teve o maior déficit nas precipitações no último mês, com rios e poços apresentando redução de 25% a 60% na quantidade de água disponível para o abastecimento. Os poços que abastecem Pranchita e Santo Antônio do Sudoeste já perderam mais de 60% da sua vazão, inviabilizando o fornecimento de água de forma regular para todas as regiões das duas cidades.

Com isso, a Sanepar iniciou nessa terça o rodízio no sistema de Santo Antonio do Sudoeste. Em Pranchita, o esquema começou em 27 de abril. A empresa também deve usar caminhões-pipa para ajudar no abastecimento dos dois municípios.

Medidas

O decreto autoriza os órgãos estaduais a empregar recursos humanos e materiais, veículos e equipamentos para auxiliar nas operações de abastecimento humano e dessedentação dos animais. As empresas que prestam serviços de saneamento nessas regiões ficam autorizadas a executar rodízios de 24 horas, desde a interrupção até a retomada do abastecimento, com prazo para normalização também de 24 horas.

O IAT (Instituto Água e Terra) fará ações emergenciais destinadas ao abastecimento público, priorizando as demandas das prestadoras de serviços com essa finalidade. O órgão também avaliará as restrições da vazão outorgada para atividades agropecuárias, industrial, comercial e de lazer, para normalizar as captações voltadas para o abastecimento público.

Já a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento deverá implementar medidas de apoio aos agricultores para melhorar a eficiência no uso da água nas atividades agropecuárias e orientar os agricultores para o cumprimento da restrição de captação hídrica.

Sanepar e Petrobras firmam convênio para levar mais água à Barragem do Passaúna

Dirigentes da Sanepar e da Repar (Refinaria Presidente Getúlio Vargas) assinaram esta semana um convênio para uso da água da Barragem do Rio Verde para abastecimento público. Por esse convênio, a Sanepar poderá retirar 200 litros por segundo da barragem, que pertence à Repar, e fazer a transposição até a Barragem do Passaúna.

A operação faz parte da segunda fase de ações da Sanepar para mitigar os efeitos da crise hídrica. Esse volume de água permite abastecer cerca de 75 mil pessoas.

A Sanepar vai implantar uma adutora de 2,45 quilômetros de extensão a partir de uma derivação do duto que leva água da Barragem do Rio Verde, localizada em Campo Largo, até a Repar, em Araucária. A água será lançada diretamente na Barragem do Passaúna.

“O presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna, tem sido um grande parceiro do Paraná desde a época em que estava à frente de Itaipu. Temos certeza de que, agora na Petrobras, essa parceria tende a se ampliar. Uma clara demonstração disso é o pronto atendimento a esse pedido tão importante para os paranaenses e, principalmente, para os moradores da Região Metropolitana de Curitiba”, disse o diretor-presidente da Sanepar, Claudio Stabile.