POLÍTICA

Federação entre União Brasil e PP muda o tabuleiro político estadual e nacional para 2026

Descubra como a nova federação entre União Brasil e PP, chamada Tabuleiro, mudará o cenário político brasileiro - Foto: Reprodução/Redes Sociais
Descubra como a nova federação entre União Brasil e PP, chamada Tabuleiro, mudará o cenário político brasileiro - Foto: Reprodução/Redes Sociais

Brasil - Será oficializada no início da próxima semana a federação partidária entre União Brasil e PP (Progressistas), batizada de União Progressista. A nova federação também trará mudanças no cenário político brasileiro e paranaense. A aliança, anunciada no fim de março, já nasce como a maior força da Câmara dos Deputados, com 108 parlamentares, e a terceira no Senado, com 13 representantes. No Paraná, o impacto é ainda mais direto: a federação se tornará a segunda maior bancada da Assembleia Legislativa, com 14 deputados estaduais, além de um senador e dez deputados federais.

A federação é uma união entre partidos mais duradoura do que uma coligação tradicional, obrigando os partidos a atuarem em conjunto por pelo menos quatro anos. A iniciativa da federação do União Brasil e PP fortalece os partidos de centro, que buscam ampliar protagonismo rumo às eleições de 2026, tanto em âmbito nacional quanto regional.

No Paraná

No estado do Paraná, o peso da União Progressista é inegável e terá reflexos direitos no pleito de 2026. A nova bancada contará com nomes influentes de ambos os partidos. A composição da nova bancada do Paraná na Câmara Federal ficará com os seguintes deputados: Dilceu Sperafico, Ricardo Barros, Pedro lupion, Tião Medeiros, Toninho Wandscheer e Vermelho. Pelo União Brasil – Delegado Matheus Laiola, Felipe Francischini, Geraldo Mendes e Padovani. No Senado, o nome que carrega a federação no Paraná é Sergio Moro.

Já a bancada na Alep (Assembleia Legislativa do Paraná) terá a seguinte composição: E os 14 estaduais são: pelo PP – Maria Victoria, Cristina Silvestri, Marcio Pacheco, Matheus Vermelho, Paulo Gomes, Soldado Adriano José e Mabel Canto; pelo União Brasil – Flávia Francischini, Luiz Fernando Guerra, Mauro Moraes, Nelson Justus, Ney Leprevost, Thiago Bührer e Delegado Tito Barichello.

Caminho até 2026

No cenário nacional, a União Progressista ainda não bateu o martelo sobre quem será seu candidato à Presidência. Ronaldo Caiado, governador de Goiás (União), e Tereza Cristina, senadora do Mato Grosso do Sul, são os nomes em evidência. Ambos têm aval para tocar pré-campanhas, mas sem imposição de apoio por parte da federação neste momento.

Enquanto isso, Sergio Moro — apesar de afirmar que seguirá no Senado — aparece cada vez mais como um trunfo para o Paraná. Sua base eleitoral é robusta, e seu nome tem peso nacional. Um eventual apoio da União Progressista poderia alçá-lo a voos mais altos, seja como candidato ao governo estadual ou mesmo como peça-chave em uma chapa presidencial.

Aliança muda o jogo

A federação entre os dois partidos também é uma resposta institucional ao esfacelamento de grandes siglas tradicionais, como o PSDB. Com base robusta no Congresso, capilaridade nos estados e nomes competitivos no tabuleiro eleitoral, a federação chega como protagonista.

Moro x Barros

A federação entre os partidos promete sacudir o tabuleiro político no Paraná, colocando Ricardo Barros (PP) e Sergio Moro (União) em rota de colisão pelo comando da legenda no estado, já que ambos eram antagonistas outrora. A disputa pelo comando da federação no Paraná será inevitável, pois ambas as lideranças possuem capital político expressivo e interesses divergentes sobre o futuro da sigla. No entanto, a Executiva Nacional ainda não “cravou” quem irá comandar a federação no estado.

No Paraná a aliança redesenha as composições partidárias, fortalece bases municipais, costura acordos improváveis e, acima de tudo, antecipa um 2026 de embates intensos e coalizões criativas.

Administrar um projeto com duas lideranças fortes exigirá habilidade política. No comando estadual, o União Brasil é liderado por Felipe Francischini, enquanto o PP está nas mãos de Maria Victoria. Ambos já deixaram claro que a divisão de candidaturas e alianças municipais ainda depende de diretrizes nacionais.

A nova convivência “improvável” ilustra os desafios da nova aliança para 2026, ao menos no Paraná. Mais do que coordenação eleitoral, será necessário administrar egos, agendas, rivalidades internas e “caciques políticos”. Ainda assim, o pragmatismo político parece prevalecer, e aliados falam até em uma possível dobradinha entre Moro e Barros em 2026 — Moro para o governo do estado, Barros para o Senado.

Com 61 prefeitos e 51 vices eleitos em 2024, o PP já tinha base forte no interior do Paraná. A aliança com o União Brasil amplia esse alcance e pode impulsionar a federação a liderar disputas em cidades estratégicas como Ponta Grossa, Maringá, Londrina e Foz do Iguaçu — esta última, reduto do deputado Vermelho, recém-filiado ao PP após deixar o PL por divergências locais.