UMUARAMA – Na noite da terça-feira (21) um violento acidente envolvendo um ônibus e um caminhão deixou 12 pessoas feridas, uma delas em estado grave, na rodovia PR-323. A colisão aconteceu nas proximidades do Instituto Federal do Paraná (IFPR) de Umuarama e patrulheiros rodoviários estaduais (PRE) deixaram o posto de fiscalização em Cruzeiro do Oeste para analisar as causas da colisão.
De acordo com a polícia, os dois veículos envolvidos seguiam no sentido oposto. O ônibus da empresa Ilha Grande turismo, transportava estudantes de Umuarama para o município de Altônia. O caminhão estava no sentido à Umuarama.
Testemunhas revelaram que o caminhão Mercedes Benz teria colidido na lateral do ônibus e o veículo de transporte coletivo foi arremessado para fora da pista pelo motorista, que tentou sair do espaço de rolamento e caiu em uma ribanceira. O ônibus não tombou, situação que, segundo os patrulheiros, poderia ter causado mais vítimas e aumentado a gravidade da situação.
Logo em seguida equipes de socorristas e médicos do Samu que atuam na região foram acionadas e ambulâncias rapidamente chegaram ao local, bem com uma equipe do corpo de bombeiros de Umuarama.
Quando se depararam com a situação, foi verificado que 12 estudantes teriam sofrido ferimentos, sendo uma jovem estava em estado grave. A garota foi identificada como Nayari Neri dos Santos, cadeirante. Ela foi encaminhada com agilidade ao hospital de plantão em Umuarama.
Morte
A estudante não resistiu aos ferimentos. Seu corpo foi encaminhado na manhã de quarta-feira (22) ao Instituto Médico Legal (IML) para um exame de necropsia. A liberação aconteceu no início da tarde, para que parentes pudessem dar entrada aos procedimentos fúnebres.
Embora a estudante tenha recebido todos os primeiros socorros, testemunhas disseram que ela sofria de osteogenêse imperfeita, doença conhecida como ‘ossos de vidro’, que pode ter agravado o quadro. A morte da estudante, de acordo com as passageiras entrevistadas, deixou o motorista profundamente abalado. É importante ressaltar que após a colisão, os dois motoristas envolvidos foram submetidos ao teste de bafômetro e em nenhum foi constatada a presença de álcool no sangue.
Outros feridos
Além de Nayari, outros colegas da jovem estudante também sofreram ferimentos. Bombeiros e Samu atuaram no socorro às vítimas, que também foram conduzidas ao hospital de plantão de Umuarama. O motorista do ônibus não quis ser atendido, pois não apresentava ferimentos.
Versões
O condutor do caminhão (que não teve sua identidade revelada pela polícia) teria dito em depoimento inicial no local do acidente, que o ônibus tentou uma ultrapassagem forçada por isso houve a colisão. A versão foi contestada pelos estudantes do ônibus. Eles consideram que o motorista do coletivo só tentou evitar uma tragédia maior. Diante das contradições a Polícia Rodoviária Estadual (PRE) irá investigar as causas da batida que vitimou Nayari.
Motorista herói
Alguns estudantes que estavam no ônibus no momento do acidente relataram para sites de notícias que o condutor Jaime Modonezi, foi um herói e salvou muitas vidas ao fazer a manobra que retirou o coletivo da pista de rolamento após o choque.
Modonezi transporta estudantes de Altônia para Umuarama há mais de uma década. “Eu estava no fundo do ônibus, graças a Deus, mas ele estava na pista certa, em velocidade normal. Aí senti que ele puxou o ônibus para o lado e em seguida a batida”, lembra a estudante de Estética da Unipar, Milena Tobar, de 19 anos. Ela sofreu ferimentos no rosto, mas já está em casa.
Outra passageira e aluna de Psicologia que preferiu não se identificar, disse que o acidente aconteceu muito rápido. “Outros alunos disseram que o caminhão vinha invadindo nossa pista, mas graças a Deus o Jaime conseguiu tirar o ônibus”, revela.
Após cair no barranco, embora com ferimentos, ‘seu Jaime’ – como é chamado pelos estudantes o motorista – saiu do coletivo e imediatamente começou a ajudar os alunos.
“Ele ajudou todos a sair. E também chamou a Nayari. Ele gritou por ela e ela respondeu: estou aqui seu Jaime. Aí ele tirou ela”, conta a presidente da associação de estudantes de Altônia, Thais Santos de Oliveira.