CASCAVEL

Após mais de 3 anos, Oeste volta ter pedágio com a nova concessão

A região Oeste do Paraná se prepara para a cobrança de pedágio após três anos. Descubra os detalhes sobre o PR Vias - Foto: AEN
A região Oeste do Paraná se prepara para a cobrança de pedágio após três anos. Descubra os detalhes sobre o PR Vias - Foto: AEN

Paraná - Depois de pouco mais de três anos sem cobrança de pedágio, a região Oeste do Paraná se prepara para a retomada das praças de cobrança com a assinatura dos novos contratos de concessão dos lotes 3 e 6 do sistema Rodoviário Integrado do Paraná, o PR Vias. O anúncio foi feito ontem (28), em cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília, com a presença do ministro dos Transportes, Renan Filho, do governador Ratinho Júnior e representantes da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).

Foto: AEN

O Lote 6, vencido pelo Grupo EPR, e que passa pelas rodovias do Oeste, abrange um trecho estratégico de 662 quilômetros, incluindo rodovias federais e estaduais como as BRs 163, 277 e as PRs 158, 180, 182, 280 e 483, conectando a fronteira com o Paraguai e a Argentina ao Porto de Paranaguá. O contrato prevê um investimento de R$ 20,2 bilhões e a implantação de nove praças de pedágio em municípios da região, no caso, cindo já são existentes como Cascavel, Céu Azul, São Miguel do Iguaçu, as novas serão em Ampére e Pato Branco.

Além das tarifas, os motoristas também verão a realização de obras robustas: serão 462 quilômetros de duplicações, contornos em cidades como Marmeleiro e Lindoeste, faixas adicionais, marginais, viadutos e outras melhorias voltadas à segurança e à fluidez do trânsito. Com isso, o Oeste volta a figurar como um dos eixos logísticos mais estratégicos do estado, em um movimento que promete fortalecer o agronegócio, o transporte de cargas e a integração com os mercados internacionais.

Cobrança

A cobrança de pedágio na região Oeste, assim como nos demais trechos, deve começar dentro dos próximos meses, após a formalização das transferências dos ativos e a certificação de que as condições de operação mínima foram atendidas.

Segundo o Ministério dos Transportes, a cobrança só poderá ser iniciada após a conclusão de obras iniciais de recuperação das rodovias e a autorização formal da ANTT, que também fiscalizará permanentemente a execução dos serviços. Antes disso, as concessionárias precisarão obter um termo de vistoria, divulgar amplamente os valores das tarifas e iniciar a operação plena.

O governador Ratinho Júnior destacou que o novo modelo de concessão foi desenhado para ser mais transparente e benéfico à população, rompendo com a imagem negativa deixada pelas antigas concessões. “O Paraná tinha trauma de concessão, porque não foram sadias, mas hoje estamos entregando algo justo, com muito mais obra e preço competitivo”, afirmou.

A expectativa é de que a nova concessão reduza em até 40% o número de acidentes nas rodovias e gere cerca de 183 mil empregos diretos e indiretos, impulsionando o desenvolvimento regional. O Lote 3, que será operado pela empresa Motiva (antiga CCR S.A.), contempla trechos do Norte e Centro-Sul do estado, também voltados à conexão com o Porto de Paranaguá, totalizando mais R$ 16 bilhões em investimentos.

De acordo com o governo do Paraná, com a retomada da cobrança no Oeste e em outras regiões, o Paraná entra em uma nova fase da sua infraestrutura rodoviária, com um total de R$ 36 bilhões destinados aos dois novos lotes e uma malha de mais de 1.200 quilômetros sob responsabilidade da iniciativa privada.

Duplicações iniciam em maio

A Via Araucária, concessionária do Grupo Pátria, responsável pela administração de 473 quilômetros do Lote 1 de rodovias do Paraná, iniciará nos próximos meses as obras de duplicação de mais de 70 quilômetros de rodovias e faixas marginais. A expectativa é de que os trabalhos comecem em maio.

O início efetivo das obras depende agora da aprovação do projeto pela ANTT e da emissão dos licenciamentos ambientais pelo Instituto Água e Terra , ambos em estágio avançado.

As duplicações irão contemplar trechos das rodovias PR-418 (km 5 ao 16), em Curitiba, PR-423 (km 9 ao 35), em Araucária e Campo Largo, e BR-277 (km 164 ao 175), em Palmeira. As duplicações no restante do trecho seguirão um cronograma progressivo: 4º ano: 52,7 km (Palmeira e Irati); 5º ano: 43,2 km (Palmeira, Irati e Campo Largo); 6º ano: 32,9 km (Irati) e 7º ano: 39,15 km de faixas adicionais (Campo Largo).

Também estão previstas a construção de quatro viadutos e a implementação de um Ponto de Parada de Descanso para caminhoneiros. O trabalho será realizado em várias frentes, com máquinas trabalhando em diversos trechos das rodovias. Para reduzir os impactos aos motoristas, a concessionária fará intervenções no tráfego de forma planejada e, apenas quando for necessário, irá interromper o trânsito em horários de menor movimento. Todos os usuários serão comunicados previamente nos canais de comunicação da Via Araucária.

As obras serão executadas por duas empreiteiras paranaenses, promovendo o fortalecimento das empresas locais e, consequentemente, contribuindo com a economia regional.