Cascavel – Em meio a todos esses meses de pandemia da covid-19, elas continuam firmes e fortes. Agora, acrescentaram novos adereços ao papel de super mães, colocam as máscaras, não economizam no álcool em gel e permanecem ali, esperando a primeira notícia, um novo olhar e principalmente a alta hospitalar.
As histórias das mães de pacientes do Hospital Universitário do Oeste do Paraná se entrelaçam ao esforço das mães que trabalham nesse mesmo Hospital e é aí, que é possível perceber que mães realmente têm algo a mais, uma força só delas “Ter a oportunidade de cuidar de bebês, ainda mais sendo mãe é um presente de Deus. Às vezes um bebê vem antes da hora, somos referência no atendimento aos bebês prematuros, nosso trabalho é multidisciplinar, junto com médicos, enfermeiros, técnicos, psicologia, serviço social, fonoaudiologia. Percebemos as mães abaladas com toda a situação que estão vivendo, por isso entendemos que existe a dificuldade por conta do momento, da pandemia, é nosso papel também acionar psicólogos, por exemplo, para que elas passem por esse período da melhor forma possível”, explica Mirian de Souza Gonçalves, coordenadora de enfermagem da UTI Neonatal e da UCI (Unidade de Cuidados Intermediários).
Quando uma mãe planeja a gravidez e passa pelo período de gestação, não está nos planos ter que esperar por um tempo indeterminado a volta para casa, mas casos assim acontecem e são estas mães que muitas vezes precisam aprender a se dividir. Parte delas sente saudades, até mesmo de outros filhos, mas a outra parte não deixa que elas saiam de perto daquele que acabou de nascer e ainda não está pronto para o mundo fora do Hospital, esse é o caso da Mônica Francielle Santos, que há sete dias acompanha o mais novo membro da família, Antony Miguel, internado na UCI do HUOP desde o nascimento, mas ao mesmo tempo não esquece os outros três filhos que estão em casa “Minha gravidez foi de risco, conseguimos segurar até os 7 meses graças a Deus, fico o dia inteiro no Hospital e à noite vou para casa. Meu coração fica dividido, um pouco aqui e o outro junto com os outros, esse ano o Dia das Mães será totalmente diferente”, diz Mônica.
Os dias em uma UTI Neo Natal são repletos de sentimentos, estas mães esperam por melhoras, para que tudo ocorra bem e que finalmente a tão sonhada hora do bebê ir para casa chegue logo, é um mundo de incertezas. Daiane Frigo, tem 30 anos e conhece bem esse universo tão delicado que é o de ser mãe de UTI, ela está há 45 dias na expectativa de levar o pequeno Charlisson Rafael para casa, mas esta não é a primeira vez que esteve ali. “Já passei por tudo isso, minha primeira filha ficou nesta mesma UTI Neo por 9 dias e infelizmente não resistiu. Acredito que Deus sabe de todas as coisas, agora estou na expectativa do Charlisson, cada dia é um dia, mas meu maior sentimento é que um dia vou levar meu filho daqui, como vejo as outras mães fazendo. A minha vontade sempre foi que alguém me chamasse de mamãe, como ele é muito pequeno ainda não tem como, mas eu me sinto agraciada por eu me sentir mãe”, relembra Daiane Frigo.
São histórias diárias de mães que também recebem acompanhamento nas alas de Maternidade e do Banco de Leite, mulheres que recém iniciaram essa nova jornada, e aprendem na prática esse novo papel. Quando uma criança nasce e está bem, sem precisar passar por uma UCI ou UTI Neo Natal é um processo importante esse primeiro contato e aprendizado do que fazer em um novo universo. “Nos preocupamos em acolher bem todas as mães em nossa instituição, seja em qual unidade for. Nossa equipe da Maternidade está diariamente buscando prestar um atendimento de qualidade e segurança as puérperas e como consequência tranquilidade nesse momento de fragilidade das mamães com os seus bebês”, finaliza Renata Pereira de Oliveira, enfermeira coordenadora da Ala de Maternidade e Banco de Leite do HUOP.