Curitiba Em depoimento ao Ministério Público em outubro do ano passado, duas ex-funcionárias do gabinete do deputado estadual Gilberto Ribeiro (PRB) o acusaram de exigir que devolvessem a ele parte de seus salários. Ontem, cinco meses mais tarde, uma equipe do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) bateu cedo no gabinete do parlamentar à caça de provas da denúncia.
Dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos no próprio gabinete e outros dois fora da Assembleia Legislativa: um na casa do deputado e outro na residência de sua secretária parlamentar, Leila Cristiane Soriane. O coordenador estadual do Gaeco, Leonir Batisti, confirmou a apreensão de documentos e computadores que serão agora periciados.
Depois de encerrada a operação, Gilberto Ribeiro emitiu nota oficial afirmando ter autorizado o recolhimento de qualquer material para investigação, inclusive agendas, fichas financeiras, planilhas e holerites. Ele também assegurou que é inocente da acusação de se apropriar de parte dos salários dos funcionários de seu gabinete.
ANTECEDENTE
Esta não é a primeira vez que Gilberto Ribeiro se vê envolvido em um caso de polícia. Em março de 2011 ele se envolveu no atropelamento de um adolescente de 14 anos em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, e não prestou socorro à vítima, que sobreviveu. À época, Ribeiro alegou em nota que quem dirigia o veículo não era ele, mas sim seu motorista, e que não prestou socorro por temer a reação de populares que testemunharam o acidente.
ALEP LAVA AS MÃOS
Alegando tratar-se de um caso antigo, o presidente Ademar Traiano afirmou ontem que não cabe à Assembleia Legislativa investigar se o deputado Gilberto Ribeiro realmente vinha embolsando parte dos salários pagos aos funcionários de seu gabinete. O Regimento Interno da Casa, no entanto, diz que compete ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar zelar pela observância dos preceitos, atuando no sentido da preservação da dignidade do mandato parlamentar no Poder Legislativo.