Cotidiano

Águas da Mata Atlântica estão impróprias para abastecimento

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RIO ? Um estudo realizado pela Fundação SOS Mata Atlântica em 184 rios, córregos e lagos do bioma mostrou que apenas seis dos 240 pontos monitorados ? ou seja, 2,5% ? tinham água de boa qualidade.

Água

A maioria das localidades (168, ou 70%) teve classificação regular. Sessenta e três (26,3%) foram consideradas ruins. Houve, também, três pontos (1,2%) de qualidade péssima. Nenhum obteve classificação ótima.

Apenas os pontos de boa qualidade são apropriados para o abastecimento humano, lazer, pesca e produção de alimentos. São, também, aqueles com maiores condições de abrigar vida aquática.

O levantamento foi realizado entre março de 2016 e fevereiro de 2017 em bacias hidrográficas distribuídas por 73 municípios de 11 estados ? Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo, além do Distrito Federal.

? A principal causa da poluição dos rios monitorados é o despejo de esgoto doméstico junto a outras fontes difusas de contaminação, que incluem a gestão inadequada dos resíduos sólidos, o uso de defensivos e insumos agrícolas, o desmatamento e o uso desordenado do solo ? explica Malu Ribeiro, coordenadora de Recursos Hídricos da SOS Mata Atlântica.

De acordo com Malu, o elevado número de pontos com baixa qualidade são um alerta à gestão da água em regiões de grande concentração populacional. A coordenadora do levantamento avalia que a atual legislação é “permissiva” ao consumo de águas com poluentes.

A coleta e análise nas bacias hidrográficas foram realizadas por voluntários do programa “Observando os Rios”. Para realizar a avaliação, foram considerados 16 quesitos: temperatura da água, temperatura do ambiente, turbidez, espumas, lixo flutuante, odor, material sedimentável, peixes, larvas e vermes vermelhos, larvas e vermes brancos, coliformes totais, oxigênio dissolvido (OD), demanda bioquímica de oxigênio (DBO), potencial hidrogeniônico (pH), fosfato (PO4) e nitrato (NO3).