Cotidiano

Quando e como tirar as fraldas

Paciência: essa á a palavra-chave para pais e mães que estão vivenciando o processo de retirada das fraldas do bebê. Nessa fase, de nada adianta querer apressar as coisas. Tudo deve ocorrer de forma natural e com a colaboração da própria criança. Caso contrário, a pressão dos pais sobre os pequenos pode resultar em problemas sérios, como a prisão de ventre, por exemplo.

Se o bebê não está maduro, a transição é cheia de retrocessos, gerando frustração para a mãe e para a criança. A tentativa de acelerar o processo também pode trazer sequelas emocionais e predispor à instalação de quadros de prisão de ventre, enurese e encoprese – a incapacidade de controlar, respectivamente, o xixi ou o cocô”-, alerta a médica Vera Koch.

Não existe uma idade certa para a retirada das fraldas. Em geral, por volta dos dois anos, a criança já atingiu o amadurecimento neurológico, motor e emocional necessário para usar o peniquinho. Mas essa maturidade pode demorar mais sem que isso signifique problemas. Estudos indicam, inclusive, que bebês que iniciam mais tarde esse treinamento levam menos tempo para conseguir o controle. O importante é estar atenta aos indícios de que o seu filho está pronto. É um bom sinal, por exemplo, se ele consegue permanecer por intervalos de duas a três horas sem molhar a fralda, se avisa que quer fazer xixi ou cocô (ou que acabou de fazer) e se mostra desconforto com a fralda suja.

Respeito às diferenças

Não existe padrão também em relação a que treinamento iniciar primeiro. A maioria das crianças tem mais facilidade para controlar o cocô, mas algumas começam com o xixi ou com os dois ao mesmo tempo. As preferências da criança devem ser respeitadas também em relação ao uso do peniquinho ou do redutor de assento. O ideal é testar os dois e ver com qual seu filho se adapta melhor.

O redutor tem a vantagem de dispensar manutenção e seduzir aqueles que gostam de se sentir crescidinhos. Já o penico pode ser de um modelo divertido e funcionar como um estímulo extra, além de proporcionar uma sensação de segurança maior durante o uso. O medo do vaso sanitário é frequente entre os pequenos e não deve ser desprezado.

Entenda o momento

Para toda criança, a retirada da fralda traz uma sensação de perda, como se ela percebesse que sua condição (e vantagens) de bebezinho estivesse ameaçada. É por isso que os psicólogos recomendam que os pais sejam cuidadosos ao estimular a ida ao banheiro e não demonstrem nojo em relação ao xixi e ao cocô do bebê. Vale até incentivar tchauzinhos para o cocô, porque o teatro ajuda os pequenos a se acostumarem à ideia de que o lugar dele é na privada.

 

Treinamento de sucesso

Persistência e ênfase na rotina são fundamentais. Não esqueça que a transição precisa acontecer simultaneamente nos vários ambientes que a criança frequenta. Então, quando for iniciar o treino, combine o passo a passo com a escolinha e com os avós. E resista à tentação de voltar às fraldas nos finais de semana. Lembre-se:

1. A maioria das crianças tende a fazer xixi ou cocô cerca de uma hora após as refeições. Se for o caso do seu filho, coloque-o sentado no peniquinho nesses momentos. A recomendação vale para meninos e meninas – só mais tarde, quando o garoto completar o aprendizado, ele deve ser estimulado a ficar de pé para urinar, imitando o pai e coleguinhas.

2. Transforme a hora do penico em um momento prazeroso. Leia uma história, invente um jogo ou cante, tudo isso ajuda a relaxar a musculatura pélvica.

3. Se o pequeno conseguir, elogie-o dizendo que está orgulhosa. Caso nada aconteça depois de uns dez minutos ou a criança der mostras de impaciência, recoloque a fralda e incentive-a pela tentativa. A ideia é habituá-la a sentar no peniquinho antes de tirar a fralda.

4. Alguns especialistas recomendam repetir esse ritual a cada duas horas. Outros acham melhor incentivar o bebê a reconhecer sozinho a sensação de bexiga cheia, pois isso facilita o treinamento noturno. Converse com seu pediatra a respeito e, claro, fique atenta àqueles sinais típicos de aperto, como caretas e inquietude, para levar o filho a tempo ao banheiro.

5. Quando perceber que a criança já está no controle da situação, passe para a calcinha ou a cueca. Existem fraldas de treinamento, com laterais elásticas, que ela própria consegue baixar.

6. Caso seu bebê tenha intestino preso, reforce a oferta de frutas e cereais para que o ato de evacuar não se transforme em uma experiência dolorosa.

7. Recaídas são inevitáveis. Diante delas, mantenha a calma e diga algo do tipo “escapou, mas da próxima vez sei que você tentará avisar antes”. Cuidado para não valorizar demais o incidente, porque o pequeno pode achar que vale a pena fazer xixi nas calças para chamar a atenção. E, principalmente, jamais humilhe a criança: além de prejudicar a autoestima dela, essa atitude pode levar a problemas como constipação.

 

A fralda da noite

Esse treinamento costuma ser um pouco mais complicado, pois exige muitas horas seguidas sem ir ao banheiro. A primeira tentativa pode ser feita cerca de seis meses depois que o controle do dia estiver perfeito, desde que a mãe note que a fralda noturna amanhece sequinha com frequência. Até os cinco anos é normal fazer xixi na cama e uma tática que muitas mães usam é a de acordar durante a noite para levar o pequeno dorminhoco ao banheiro. Como regra, adote protetor de colchão, evite excesso de líquidos após o jantar e habitue seu filho a ir ao banheiro antes de deitar.

 

A caminho do banheiro

Na hora de comprar um peniquinho, leve seu filho junto e certifique-se de que o modelo escolhido permita que ele sente com as pernas dobradas a 90 graus e com os pés firmes no chão. Para o redutor de assento, providencie um banquinho ou caixote, no qual o pequeno possa subir e se manter apoiado.