Há alguns anos, foi instituído no País o chamado “custo-Brasil”, algo que custa caro especialmente para o setor produtivo e que varia conforme o humor da nossa economia e dos nossos gestores.
A crise que assola o Brasil nos últimos quatro anos e resiste em ceder agravou esse custo e trouxe outras severas consequências, especialmente em decorrência de um dos principais motivos da própria crise: o déficit fiscal e o desajuste das contas públicas.
Resultado: retrocesso!
Os investimentos federais previstos na proposta de Orçamento Geral da União para 2019 cairão para o menor nível desde 2006, revela a ICI (Instituição Fiscal Independente), órgão vinculado ao Senado. A proposta enviada pelo Executivo no fim de agosto reserva R$ 27 bilhões para esse tipo de despesa, 71% a menos que os R$ 92 bilhões reservados no Orçamento de 2013, ano em que os investimentos bateram recorde.
Os investimentos englobam as obras públicas e a compra de equipamentos. Como consequência, deve se avolumar a lista de obras paradas, que vinham resistindo nos últimos meses, a exemplo da duplicação da BR-163 entre Cascavel e Capitão Leônidas Marques, cujo consórcio demitiu todos os funcionários pela falta de previsão de receber novo aporte. E essa é apenas uma delas.
O relatório da ICI revela ainda que os problemas de arrecadação agravam as desigualdades regionais, piorando tudo de modo geral. Isso sem considerar que boa parte dos municípios banca o vácuo que o governo federal foi deixando ao longo do tempo, além de serviços que os estados colocaram em segundo plano para dar conta dos seus próprios problemas.
O custo da crise e especialmente da falta de eficiência do governo para retomar o crescimento é cada vez maior e será sentido por um longo período ainda.