BRASÍLIA – A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) atendeu nesta terça-feira um pedido de reconsideração feito pela Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia (Abrace) e pela Light e decidiu reduzir a previsão de orçamento da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) de 2016. Com isso, os reajustes tarifários deste ano deverão ter um impacto a menor de até um ponto percentual. Os consumidores e a distribuidora conseguiram derrubar do orçamento total da CDE para 2016, com R$ 12,947 bilhões a serem distribuídos pelos consumidores, um valor de R$ 1,094 bilhão, referente a um saldo para liberação de financiamentos da Reserva Geral de Reversão (RGR) mantidos pela Eletrobras.
A Abrace alegou a inexistência de respaldo legal para incluir tal despesa no orçamento da CDE. Para os consumidores, o uso dos recursos da RGR para financiar investimentos das distribuidoras em programas de universalização caracterizaria subsídio cruzado sem previsão legal. A Light apresentou reclamação parecida.
O voto do diretor José Jurhosa Júnior, aprovado pela diretoria colegiada, aceitou a exposição de motivos e deu provimento ao pedido feito por Abrace e Light.
A CDE é um componente do processo de reajuste tarifário promovido pela Aneel. Com isso, o orçamento da CDE para 2016 cai a R$ 11,8 bilhões. Os reajustes já definidos este ano terão no cálculo de 2017 a consideração desse valor e aqueles que ainda estão por ser definidos em 2016 já levarão em conta o orçamento menor da CDE.
A Aneel também definiu nesta terça-feira regras mínimas para a concessão de descontos tarifários por parte das distribuidoras, como aqueles oferecidos pela Light em regiões específicas como forma de evitar inadimplência. Segundo a Aneel, essas ofertas devem apresentar características e condições objetivas sendo estendíveis a todas as unidades consumidoras na mesma situação, evitando-se a aplicação direcionada a uma única e determinada área.