Cotidiano

Wingsuit ainda não tem normas nem controle

RIO – Seis segundos podem determinar a vida ou a morte de quem se arrisca a saltar da Pedra da Gávea com o chamado wingsuit, uma espécie da macacão com asas usado para planar no céu. Esse é o tempo necessário para que o ar comece a inflar a roupa, impulsionando o praticante para cima e impedido uma queda abrupta. O espaço de manobra no local é curto, o que torna a prática do esporte na área tão arriscada. Se algo der errado, a colisão com a pedra é fatal, afirmam os mais experientes. Em um ano, dois Fernandos perderam suas vidas ao saltar naquele ponto: Gonçalves, em julho passado, e Brito, no último domingo. Mais de uma década depois de entrar no país, a modalidade ainda não é regulamentada.

Três projetos de lei que dispõem sobre a prática de esportes radicais ou de aventura chegaram a tramitar na Câmara dos Deputados a partir de 2004, mas foram arquivados. Adepto do wingsuit, o paraquedista profissional Luigi Cani afirma que a modalidade chegou a ser proibida em algumas regiões do mundo por causa das mortes frequentes. No entanto, para ele, ainda não é o caso de fechar a Pedra da Gávea para os praticantes.

— O wingsuit é um esporte novo, está em desenvolvimento. Às vezes, me sinto um veterano de guerra — afirmou Cani, praticante desde 1998.

A cremação do corpo de Fernando Brito, encontrado na segunda-feira, será nesta quarta-feira no cemitério Memorial do Carmo, no Caju. Mergulhador de combate e capitão de fragata da Marinha, ele será homenageado com honras militares.