O Paraná registrou um aumento significativo nos focos de raiva no rebanho bovino, com um crescimento de 39% em 2024 em comparação ao ano anterior. Até o momento, foram contabilizadas 206 notificações, contra 148 no mesmo período de 2023. A doença já foi identificada em 45 municípios do estado, sendo que a maioria dos casos ocorre na região oeste. O município de Cascavel se destaca, com 105 ocorrências, seguido por Laranjeiras do Sul, com 27, e Ponta Grossa, com 19 casos reportados.
A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) destaca que o risco de perda total de rebanhos é elevado em pequenas propriedades, e reforça que a vacinação regular é a medida mais eficaz para prevenir a raiva bovina. Para combater a doença, a Adapar tem implementado diversas ações, como a delimitação de áreas periféricas, imunização emergencial e controle de morcegos, principais transmissores do vírus. A coordenadora do programa de controle da raiva da Adapar, Elzira Jorge Pierre, ressalta ainda que os produtores têm a obrigação de notificar a Agência sobre a presença de animais com sinais de sintomas nervosos, contribuindo para o controle e erradicação da doença.
Conforme a profissional, o sintoma mais perceptível nos animais é isolamento e dificuldade de locomoção, além de salivação excessiva. “Até que eles caem e não conseguem mais se levantar. Apresentam movimentos de pedalagem com os membros anteriores e voltam a cabeça para trás. O animal não consegue mais se alimentar e nem tomar água, ou seja, a morte vem com grande sofrimento, sendo que a maioria morre em uma semana”.
A raiva é transmitida principalmente pelo morcego hematófago, que se alimenta de sangue, e pode afetar todos os mamíferos, incluindo bovinos e seres humanos. Elzira ressalta que, além de ser fundamental notificar casos suspeitos e adotar práticas preventivas para proteger a saúde animal, essas ações também desempenham um papel importante na proteção da saúde pública.