Foz Há dois meses, auditores da Receita Federal de Foz do Iguaçu estão em greve cobrando do governo reposição salarial e a aprovação de um projeto de interesse da categoria que ainda não tem anuência do Congresso. Enquanto uma solução não chega, a economia da região e do País, que enfrenta um dos seus mais sérios períodos de dificuldades, soma prejuízos. Agora, depois que o assunto ganha repercussão e gera indignação em estratos da comunidade, os grevistas se comprometeram em liberar caminhões com cargas vivas, perigosas e perecíveis.
Até o ontem no fim da tarde eram quase dois mil os caminhões que aguardavam liberação na Eadi, a Estação Aduaneira de Foz do Iguaçu. Os auditores agem com maior rigor nas cargas com destino internacional. Há centenas de caminhões parados também, aguardando uma solução para o impasse, em Cidade do Leste, no Paraguai, e em Porto Iguaçu, na Argentina. Muitos esperam no pátio das próprias transportadoras e em postos de combustíveis de Foz. Estacionamentos abarrotados, alguns com 500 caminhões, geram reclamação por parte dos clientes e também dos caminhoneiros.
Perdas
Os sindicatos que representam os profissionais do volante afirmam reconhecer a legitimidade da pauta de reivindicações dos auditores, no entanto reclamam dos enormes prejuízos que empresas e caminhoneiros têm mesmo não tendo qualquer culpa no processo. Há entidades que pressionam o governo e parlamentares na tentativa de encontrar uma alternativa legal que possa acabar com as greves, que geralmente geram danos a quem não têm nada a ver com os protestos.
Alguns chegam a defender que a mediação, de forma sensata e rápida, deva ser feita pela Justiça. A fórmula da pressão, como ainda ocorre praticamente na totalidade das vezes no setor público, já causou enormes prejuízos e não combina mais com um país que precisa se reinventar para sair de sua mais profunda crise éticas e econômicas.