Reportagem: Josimar Bagatoli
Cascavel – Apesar do otimismo nacional, a região oeste do Paraná fechou 2019 com saldo negativo no mercado de trabalho. Em dezembro, foram fechados 2.612 postos de trabalho. A queda é puxada pelas maiores cidades, como Cascavel (-1.055), Toledo (-355), Marechal Cândido Rondon (-210) e Foz do Iguaçu (-199). Os dados são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e foram divulgados nessa sexta-feira (24).
No ano, a região gerou 6.941 novas vagas de emprego com carteira assinada, segundo melhor resultado desde 2014, quando foram abertos 9.670 empregos. O saldo perde apenas para o ano passado, que foi de 7.978.
Apesar do “tropeço” de dezembro, o ano foi positivo para a maioria das cidades. Destaque para Cascavel, a quarta no Estado, com a geração de 2.203 vagas formais, seguida por Toledo, com 1.184 vagas e Foz do Iguaçu, com 1.037.
Setores
No ano, a queda foi puxada especialmente pela microrregião de Foz do Iguaçu, puxada pelo setor industrial, que fechou 602 postos de trabalho. Em 2018, a microrregião havia gerado 3.575 empregos, e, ano passado, 1.010, menos de um terço.
Já o comércio desponta na liderança, com abertura de 4.001 vagas no decorrer dos 12 meses, mesmo assim 14% a menos que em 2018; em seguida vem a indústria, com 907 vagas, menos da metade do que foi gerado no ano anterior (1.965).
Na construção civil, a microrregião de Cascavel puxou as contratações: 705 no acumulado do ano passado, contudo, nas microrregionais de Toledo e Foz foram fechados 232 postos de trabalho na área.
Saldo de empregos cresce 24,3% no Paraná e é o melhor desde 2013
O Paraná encerrou 2019 como um dos quatro estados que mais geraram emprego no País, com saldo de 51.441 vagas abertas, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados nessa sexta-feira (24).
Esse é o melhor índice dos últimos seis anos e representa crescimento de 24,3% em relação a 2018, que teve 41.391 novos empregos. O Paraná também fechou o ano com o quarto maior estoque de carteiras assinadas do País, com 2.655.253 de pessoas empregadas.
Os setores que mais contrataram no Estado foram serviços (saldo de 32.311 novas vagas), comércio (13.610), construção civil (6.036) e indústria (1.462). Entre os subsetores, os que mais se destacaram foram o comércio e administração de imóveis (19.340), serviços de alojamento, alimentação e manutenção (5.120) e serviços médicos, odontológicos e veterinários (4.074). Na indústria, os destaques foram para a metal-mecânica, metalurgia e alimentícia.
Segundo o governador Carlos Massa Ratinho Junior, os números consolidam o Paraná como um dos estados que mais ajudaram a puxar a recuperação da economia brasileira. “Estamos entre os maiores empregadores do País e os índices nacionais de produção industrial e exportação também projetam o Paraná como protagonista. Mas o mais importante é o crescimento orgânico em diversas áreas”, apontou o governador.
Para Ratinho Junior, 2020 será um ano ainda melhor em função da consolidação de programas de estímulos do governo do Estado em diversas áreas e da abertura de novos empregos com os R$ 23 bilhões de investimentos prospectados no ano passado. “É fruto de muita dedicação de todas as áreas do governo e do setor produtivo paranaense, que é muito integrado e inovador”, complementou.
“Neste último ano implementamos uma nova forma de gestão, eficiente, inovadora e mais próxima da iniciativa privada, e tivemos um bom crescimento na geração de empregos. Desde 2013 o Paraná não criava tantos postos de trabalho. E essa retomada do emprego certamente vai gerar um ciclo de bons resultados nos próximos anos”, acrescentou o secretário da Justiça, Família e Trabalho do Governo do Paraná, Ney Leprevost.
Economia
Em 2019, o Paraná também registrou crescimento da atividade econômica de 2,45% (índice dos últimos 12 meses calculado pelo Banco Central), e o PIB (Produto Interno Bruto) cresceu 1% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período de 2018, índice alavancado pela recuperação do setor agrícola.
Dezembro
Em dezembro, mês historicamente negativo em função do encerramento dos contratos temporários e das férias, todas as unidades da federação registraram índices negativos. O Paraná perdeu 22.757 vagas, a menor queda registrada desde dezembro de 2006, quando o Estado perdeu pouco mais de 21 mil vagas. Em 2018, foram 26.838 cortes.
Nacional
O Caged também aponta crescimento nacional no acumulado do ano, com saldo de 644.079 novos empregos, maior resultado desde 2013.
Em dezembro foram fechados 307.311 postos de trabalho, mas no comparativo com 2018, também houve crescimento.