No final do século XVIII, o médico inglês Edward Jenner desenvolveu uma nova técnica para prevenir a contaminação por varíola e, já naquele período, nascia uma das primeiras formas de vacina. Hoje em dia, o mundo está livre da doença e sua erradicação é considerada uma das maiores conquistas da saúde pública internacional.
Mesmo depois de tantos anos, com inúmeros avanços tecnológicos e novas descobertas na medicina, a vacinação ainda é uma das melhores formas de proteção contra diversas doenças sérias.
Em 2017, o Brasil registrou os mais baixos índices de vacinação em mais de 16 anos. No ano seguinte, em 2018, doenças eliminadas ou com baixa circulação no país, como o sarampo, a difteria e a poliomielite, voltaram a ser motivo de preocupação, devido à baixa cobertura vacinal. Ainda em 2018, mais de 80 mil casos de sarampo foram registrados na Europa, com cerca de 72 mortes registradas e grande número de hospitalizações.
“Embora algumas doenças tenham diminuído a circulação pelo mundo, elas não desapareceram. Se pararmos de vacinar, doenças imunopreveníveis podem retornar. Por isso, é importante que a população mantenha a caderneta atualizada ao longo da vida, mesmo contra doenças que não vemos mais com tanta frequência. A depender do agente infeccioso, basta a entrada de um viajante infectado de outro país, onde uma doença não foi eliminada, para desencadear um surto”, explica Jessé Alves (CRM 71991 SP), infectologista e gerente médico de vacinas da GSK.
Meningite
Outra doença séria que merece atenção é a meningite meningocócica. Dados do Ministério da Saúde mostram que, em 2018, foram registrados 1.060 casos no Brasil, sendo que as regiões Sudeste (566 casos) e Sul (210 casos) apresentaram os maiores números de casos notificados.
Considerada uma doença endêmica no Brasil, com casos esperados ao longo de todo o ano, a meningite meningocócica é uma infecção bacteriana das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, podendo causar sequelas e até mesmo levar a óbito. A vacinação é uma das melhores formas de prevenção contra a doença. Outras formas para a prevenção incluem evitar aglomerações e manter os ambientes ventilados e limpos.
A importância da proteção coletiva
As vacinas reduzem o risco de infecção, evitam o agravamento de doenças, internações e até mesmo óbitos, estimulando as defesas naturais do corpo, ajudando-o a desenvolver a imunidade. Além disso, quando altas coberturas vacinais são atingidas, os efeitos benéficos da vacinação contra algumas doenças não estão limitados somente às pessoas que foram imunizadas. A vacinação em massa permite, na maioria das vezes, não somente proteção individual, mas também a proteção de toda a população, reduzindo a incidência de doenças e impedindo a transmissão para pessoas suscetíveis.
“Alguns bebês e crianças não podem receber determinadas vacinas devido a alergias graves, sistemas imunológicos debilitados e outras razões. Para ajudar a mantê-los protegidos e evitar a disseminação de doenças, é importante que as outras pessoas que estão em volta deste bebê sejam imunizadas”, afirma Jessé.
Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), a vacinação em massa evita entre 2 milhões e 3 milhões de mortes por ano.
O Ministério da Saúde orienta a vacinação das crianças de acordo com o calendário do PNI (Programa Nacional de Imunizações) e todas as vacinas recomendadas no PNI estão disponíveis gratuitamente nos postos de saúde pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e a SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) possuem calendários de vacinação com recomendações que complementam o PNI, abrangendo também vacinas que atualmente só estão disponíveis na rede privada para a imunização das crianças e jovens.
Sobre a GSK
Uma das indústrias farmacêuticas líderes no mundo, a GSK está empenhada em melhorar a qualidade de vida humana permitindo que as pessoas façam mais, sintam-se melhor e vivam mais. Para mais informações, visite www.gsk.com.br.
Sarampo: 21 milhões de crianças deixam de ser vacinadas todos os anos
Entre 2010 e 2017, 169 milhões de crianças em todo o mundo (média de 21 milhões anuais) não receberam a primeira dose da vacina contra o sarampo, alertou o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância). Para a entidade, o aumento no número de crianças não vacinadas abriu caminho para os surtos de sarampo que atualmente atingem vários países.
A diretora-executiva do Unicef, Henrietta Fore, destacou que o vírus do sarampo sempre encontrará crianças não vacinadas e que é preciso vacinar todas elas, tanto em países ricos como em nações pobres.
Dados do Unicef indicam que, nos primeiros três meses de 2019, mais de 110 mil casos de sarampo foram relatados em todo o mundo, um aumento de 300% em relação ao mesmo período do ano passado.
A estimativa é de que em 2017 a doença tenha provocado a morte de 110 mil pessoas, a maior parte dessas crianças. Os números apontam um crescimento de 22% em relação ao ano anterior.
Doses
De acordo com a entidade, fatores como a falta de acesso, sistemas de saúde pobres e, em alguns casos, o medo ou o ceticismo sobre vacinas fizeram com que a cobertura global da primeira dose da vacina contra o sarampo tenha ficado em 85% em 2017.
A cobertura global da segunda dose é ainda mais baixa: 67%. A recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) é que a cobertura seja de 95% para atingir a chamada imunidade em massa.
Dados
Os Estados Unidos aparecem no topo da lista de países de alta renda que tiveram o maior número de crianças que não receberam a primeira dose da vacina entre 2010 e 2017 – mais de 2,5 milhões.
Em seguida estão França e Reino Unido, com mais de 600 mil e 500 mil crianças, respectivamente, não vacinadas durante o mesmo período.
Nos países de renda baixa e média, a situação, segundo o Unicef, é crítica. Em 2017, a Nigéria teve o maior número de crianças com menos de 1 ano que ficaram sem a primeira dose da vacina contra o sarampo – foram quase 4 milhões de menores nessa situação. A Índia aparece em segunda posição, com 2,9 milhões de crianças, seguida pelo Paquistão e pela Indonésia, com 1,2 milhão cada.
Ucrânia, Filipinas e Brasil foram os países que registraram maior crescimento no número de casos da doença entre 2017 e 2018.
“O Unicef alerta que, no mundo, os níveis de cobertura da segunda dose da vacina contra o sarampo são ainda mais alarmantes. Dos 20 países com o maior número de crianças sem vacina em 2017, nove deles não introduziram a segunda dose,” finalizou a entidade.