O CIATox-PR (Centro de Informação e Assistência Toxicológica do Paraná) tem sido palco de intensa atividade este ano, com uma média de trinta e oito novos casos diários. Desde janeiro, o serviço já registrou 4.491 chamadas relacionadas a intoxicações, exposição a substâncias tóxicas e incidentes envolvendo animais peçonhentos. Esses números representam uma parcela significativa dos atendimentos do ano anterior, respondendo por 41,6% dos 10.794 casos totais.
De acordo com dados do Ciatox-PR, ligado à Coordenação de Vigilância Ambiental da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), o volume de ocorrências deste ano é cinco vezes superior ao registrado uma década atrás, quando foram contabilizados 2.147 casos em doze meses.
O médico Ramon Cavalcanti Ceschim, chefe do Ciatox-PR, atribui o aumento dos atendimentos a uma variedade de fatores, incluindo o crescimento populacional, a ampliação da exposição humana a agentes tóxicos e a distribuição geográfica de animais peçonhentos. Ele também aponta o impacto do clima como um elemento relevante.
“Além disso, o próprio desempenho do serviço de atendimento contribui para esse cenário. Atualmente, há uma maior conscientização por parte dos profissionais de saúde e da população sobre os recursos oferecidos pelo Ciatox-PR, juntamente com a confiança crescente no serviço”.
Os dados do ano anterior do Ciatox-PR revelam que as intoxicações por medicamentos lideram as estatísticas, totalizando 2.847 casos. Os acidentes envolvendo animais peçonhentos, como aranhas, escorpiões e cobras, ocupam o segundo lugar, com 2.472 chamadas registradas. Além disso, foram relatados 637 casos de intoxicação por produtos químicos residenciais ou industriais, 286 por produtos domissanitários, 301 por agrotóxicos e 137 por drogas. As intoxicações por metais pesados e plantas também figuram entre as ocorrências significativas.