Política

Municípios vão economizar de R$ 11 bilhões ao ano com derrubada do ‘veto à RGPS’

Dinheiro, Real Moeda brasileira
Dinheiro, Real Moeda brasileira

Brasília – A luta do movimento municipalista resultará na economia de R$ 11 bilhões por ano com a derrubada do veto pelos parlamentares ao Projeto de Lei (PL) 334/2023, que prevê a redução da alíquota patronal recolhida pelas prefeituras ao INSS de 20% para 8% às cidades que possuam coeficiente do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) inferior a 4,0 pelo RGPS (Regime Geral de Previdência Social). Os Municípios comemoram a medida que beneficiará ao menos 5.366 Entes locais com a desoneração de 60% da alíquota.

A CNM (Confederação Nacional de Municípios) lembrou que a aprovação teve forte articulação do movimento, liderado pelo presidente da entidade, Paulo Ziulkoski, que trabalhou a aprovação da matéria ainda junto ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). “Essa conquista é fruto das mobilizações que ocorreram durante este ano, especialmente dos prefeitos nordestinos, mais afetados pela dívida previdenciária, mostrando a angústia que estão vivendo na ponta para prestar serviços à população. Havia grande resistência para essa votação e trabalhamos fortemente para conseguir contornar e garantir a aprovação. A nossa luta continuou quando o presidente vetou a proposta e nos últimos dias atuamos junto aos parlamentares pela derrubada do veto”, relata o presidente da CNM.

O presidente da CNM ressalta que esse projeto é muito importante para fazer frente à crise financeira enfrentada pelos Municípios. “Não é a solução, mas é um importante avanço. E vamos manter nossa atuação em busca de um pacto federativo mais justo e efetivo”, avalia Ziulkoski. Levantamento da CNM sobre o pagamento do 13º salário do funcionalismo público municipal revelou que 46,7% dos gestores estão pessimistas para 2024.

Conquistas do ano

Em 2023, os Municípios foram acometidos por uma crise financeira acentuada, principalmente pela queda nas receitas do FPM. A luta incessante do movimento municipalista foi essencial para garantir que os gestores municipais não fechassem o ano no vermelho. Ao todo, as pautas defendidas e lideradas pela CNM somaram mais de R$30 bilhões. Foram R$ 4,2 bi com o pagamento da recomposição do FPM e R$ 2,3 bi com a antecipação do ICMS. Além disso, os Municípios deixarão de gastar um total de R$ 12,8 bilhões apenas com o pagamento do piso da enfermagem e R$11,5 com a redução da alíquota patronal recolhida pelas prefeituras.