Ciro Nogueira confirma que o partido não homologará a candidatura de Sergio Moro ao Governo do Paraná nas eleições de 2026 - Foto: Divulgação
Ciro Nogueira confirma que o partido não homologará a candidatura de Sergio Moro ao Governo do Paraná nas eleições de 2026 - Foto: Divulgação

Paraná - O presidente nacional do Partido Progressistas, senador Ciro Nogueira, esteve ontem (8) em Curitiba e confirmou que o partido não homologará a candidatura do senador Sergio Moro (União Brasil) ao Governo do Paraná nas eleições de 2026. A decisão foi unânime no diretório estadual e será levada à federação União Brasil–PP.

A reunião realizada na capital paranaense contou com a executiva estadual, pré-candidatos e lideranças como Ricardo Barros e a deputada estadual Maria Victória. Segundo Nogueira, embora o Paraná seja considerado o diretório “mais estratégico” do Progressistas no país, é também o único dos 27 estados onde a federação ainda não alcançou consenso sobre a disputa majoritária.

“Faltou habilidade”

Ao comentar o impasse, Ciro Nogueira afirmou que Sergio Moro não conseguiu reunir apoio interno suficiente para avançar como nome da federação no Estado. “Não vamos homologar o nome de Sergio Moro. Participei da deliberação com nossa presidente Maria Victória e o líder Ricardo Barros. O Paraná é o estado mais importante para mim, mas é o único em que ainda havia essa discussão”, disse.

O senador destacou que “faltou um pouco de habilidade política” de Moro nas articulações, embora reconheça que o ex-juiz federal lidera pesquisas de intenção de voto. Ele confirmou que uma nova reunião ocorrerá nesta terça-feira, com a presença do deputado Ricardo Barros, do presidente da federação, Antonio Rueda, e do próprio Moro, para formalizar a decisão e tentar contornar eventuais tensões com o União Brasil, legenda à qual Moro é filiado.

“A reação do União será legítima, mas só haverá candidatura majoritária da federação se houver consenso. Acho difícil que a federação se rompa por isso, mas até a homologação tudo pode acontecer”, afirmou Ciro.

“Diálogo não prosperou”

O líder do Progressistas na Câmara, deputado Ricardo Barros, reforçou que Moro teve todas as oportunidades de negociação, mas não conseguiu adesão interna. “Nossa executiva não homologará a candidatura porque ele não conseguiu construir esse apoiamento ao longo desse período. Conversou com todos, foi recebido por todos, foi recebido por todos, mas o diálogo não prosperou”, declarou Barros.

Ele também avaliou que, sem espaço na federação, Moro deve buscar outro caminho para concorrer. “Penso que o senador será candidato de qualquer forma. Se aqui ele não terá condições de registrar pela decisão do diretório, buscará um partido que lhe garanta a legenda.”

A presidente estadual do Progressistas, deputada Maria Victória, destacou que a decisão do diretório foi unânime e confirmou o alinhamento com a cúpula nacional do partido. “Ciro veio confirmar a posição unânime de que não homologaremos a candidatura de Moro. A paz política no Paraná deve prevalecer.”

Ela afirmou ter tentado construir uma ponte com o senador. “Conversei bastante com o senador Sergio Moro, coloquei as posições dos partidos, busquei a melhor forma possível para consolidar essa parceria, mas infelizmente não foi possível.”

Aliança com PSD?

Questionada sobre possíveis alianças, Maria Victória citou nomes que podem compor a disputa. “Podemos ter candidatura própria, como a ex-governadora Cida Borghetti, o prefeito Rafael Greca ou o presidente da Assembleia, Alexandre Curi. Ou ainda um nome apoiado pelo governador Ratinho Junior, como Guto Silva. Vamos decidir de forma conjunta e democrática.”

O senador Sergio Moro não se manifestou sobre a decisão do PP até o fechamento desta edição.