
Cascavel - A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga denúncias de abuso sexual dentro de um Cmei (Centro Municipal de Educação Infantil) de Cascavel entra na fase final. Na próxima sexta-feira (5), a partir das 9h, o ex-prefeito Leonaldo Paranhos (PL) comparecerá ao plenário da Câmara de Vereadores para prestar esclarecimentos sobre o caso. A oitiva será aberta, mas, assim como as anteriores, não terá transmissão ao vivo. Paranhos foi chefe do Executivo Municipal no período em que o agente de apoio acusado de abuso atuava na rede de ensino e assinou 18 prorrogações do processo administrativo.
Segundo o presidente da CPI, vereador Everton Guimarães, a presença do ex-prefeito é essencial para esclarecer decisões administrativas tomadas à época.
“Ele mesmo enviou um áudio se colocando à disposição da comissão. Encaminhei ao grupo de vereadores e todos concordaram. Não houve necessidade de votação. É importante a presença dele como gestor máximo do município naquele período”, afirmou.
Testemunhas
Na última sexta-feira (29), a CPI ouviu quatro ex-integrantes da gestão Paranhos: Thiago Stefanello, atual prefeito de Corbélia, que foi chefe de gabinete e secretário; Tales Riedi Guilherme, também ex-chefe de gabinete; Laura Rossi Leite, atual presidente da Transitar, que atuou na Procuradoria Jurídica e na Casa Civil; e Vanilce da Silva Pohl, ex-secretária de Planejamento e Gestão.
Os depoimentos trataram da tramitação dos processos administrativos contra o servidor acusado. Tanto Stefanello quanto Tales confirmaram que os pedidos de prorrogação ou arquivamento chegavam ao gabinete do prefeito apenas para assinatura, sem detalhamento do conteúdo.
Laura Leite reforçou que, caso o prefeito não autorizasse a prorrogação, o processo seria extinto. Já Vanilce destacou que, antes da criação da Corregedoria, os casos eram tratados pelo RH e que sempre priorizava processos envolvendo crianças. Ela lembrou ainda que a legislação municipal permitia o afastamento preventivo de servidores por até 60 dias, o que poderia ter sido aplicado diante da gravidade das denúncias.
Reta final da CPI
O presidente Everton Guimarães afirmou que a CPI está na fase final, mas ainda pode convocar novas testemunhas se considerar necessário. Além dele, integram a comissão os vereadores Hudson Moreschi (relator), Contador Mazutti (secretário), Valdecir Alcântara e Dr. Lauri (membros).
Segundo Guimarães, os vereadores receberam toda a documentação do caso, o que permitirá análise aprofundada das responsabilidades administrativas na condução do processo. “Estamos caminhando para o encerramento dos trabalhos, mas o depoimento do ex-prefeito será um dos mais relevantes para entendermos como a gestão lidou com a denúncia”, disse.