Reportagem: Josimar Bagatoli
São Miguel do Iguaçu – A vereadora Flávia Dartora (Republicanos) não aparece há duas sessões na Câmara de Vereadores, mais precisamente após ter sido citada na Operação W.O., que apura fraudes a licitações e superfaturamento para aquisição de pedras, locação de caminhões e máquinas para transporte e prestação de serviços na Prefeitura de São Miguel do Iguaçu.
Dartora era proprietária de uma empresa que prestava serviços ao Citel (Centro Integrado de Trabalho, Educação e Lazer) e, quando foi eleita vereadora, teria transferido a empresa para laranjas. “De 2013 a 2016 ela era proprietária, depois tirou o nome da empresa, mas continuou articulando… Apuramos tudo e levamos o caso ao Ministério Público”, afirma o vereador Wando da Garagem (PSDB).
Por cinco votos a três, a Câmara decidiu pela abertura de uma Comissão Processante para investigar possível quebra de decoro parlamentar e que pode resultar na cassação da vereadora.
A Operação W.O. cumpriu dez mandados de prisão e 36 de busca e apreensão em cinco cidades do oeste e, em São Miguel, a prefeitura e a Câmara também foram alvos de buscas. As empresas investigadas contrataram R$ 18 milhões com o Município desde 2013, muitos dos quais receberam aditivos ao longo dos anos.
“Pela investigação que fizemos, o marido da vereadora também não poderia prestar serviço a órgão público e também tinha laranjas nas empresas”, afirma o vereador.
A articulação era fácil para a parlamentar, pois o partido dela teria envolvimento com os nomeados nas Secretarias de Educação e Obras.
A empresa denunciada que seria do marido dela atua em terraplenagem e distribuição de pedras.
A vereadora ainda não foi notificada sobre a abertura de processo, pois não foi encontrada.
Quando tiver conhecimento oficial, ela terá dez dias para apresentar as provas. A reportagem não obteve êxito em falar com a parlamentar.