Reportagem: Josimar Bagatoli
Cascavel – Três obras estão em andamento no HU (Hospital Universitário) de Cascavel e há muito tempo já deveriam estar em pleno funcionamento: Ala Materno-Infantil, Pronto-Socorro e Ala de Queimados. As empreiteiras requisitaram complementação de custos, alegando imprevistos, elevação do valor do material e serviços complementares. Contudo, essa diferença não é paga devido a uma discussão de responsabilidades entre a Secretaria de Estado da Saúde e a Unioeste.
O secretário de Saúde, Beto Preto, assegura que, “do ponto de vista do governo, não há obra parada no HU. Os recursos estão sendo repassados”.
O problema estaria na Reitoria da Unioeste, responsável direta pela contratação das obras. “Esses são contratos da Unioeste. Temos que trabalhar com a Unioeste para resolver isso, mas eles precisam ser mais proativos e não só fazer jogo de empurra, falando que não damos o dinheiro: tudo que depender de recursos da Secretaria de Estado da Saúde será analisado dentro da lei, em normas legais – nada ao arrepio da lei”, afirma o secretário.
No fim do mês passado, o governo anunciou uma suplementação de R$ 130 milhões para as universidades, compensando os 30% contingenciados no início do ano.
As divergências ficaram mais acirradas entre Estado e Unioeste com o concurso para 600 vagas abertos no HU após ação na Justiça, que mês passado acabou extinta pela própria Justiça.
Beto Preto diz que o edital do concurso se deu de maneira unilateral, sem aval do Estado e com a contratação de pessoal muito além do necessário. “Eram 170 médicos e não 600 vagas como foram colocadas unilateralmente no concurso. Daria um impacto de R$ 40 milhões no Fundo Estadual da Saúde”, critica.
Os contratos com os profissionais do HU foram prorrogados por mais 180 dias, no entanto, os valores pagos nos contratos estão em uma caixa-preta que nem sequer o Estado tem acesso. A transparência será cobrada da Unioeste: “Queremos esses dados. Temos um grupo tentando fazer um balizamento entre os quatro hospitais universitários de valores pagos”.
Obras com começo, meio e fim
O secretário Beto Preto criticou as gestões anteriores que deixaram as obras no HU sem o devido planejamento e assegura que as construções iniciadas pela gestão estadual atual terão começo, meio e fim. “Não se pode fazer uma unidade de queimados e inaugurá-la sem equipamentos, sem servidores… tudo tem que ser pensado. A obra deve ser projetada e construída e não ficar ‘pererecando’ no fim. Temos que antever o custeio disso. A obra da Ala de Queimados está com 3% faltando desde que assumi”.