Cascavel – Está em casa, há cerca de duas semanas, o policial civil Malcon Leonardo Krug Figueira, preso há nove meses na Operação Duster, desenvolvida pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) de Cascavel.
De acordo com o delegado Thiago Nóbrega, a juíza de Corbélia, Nicia Kirchkein Cardoso, arbitrou fiança no valor de R$ 300 mil para que Malcon respondesse ao processo em liberdade.
“Pelo que sabemos, o advogado do polical entrou com um pedido de habeas corpus, o que inclusive foi negado pelo STF (Superior Tribunal Federal). Mas a juíza acabou arbitrando fiança, o advogado pediu a redução do valor para R$ 50 mil e ele está em casa há aproximadamente duas semanas”.
Malcon foi preso em novembro do ano passado acusado de chefiar uma quadrilha que assaltava e roubava contrabandistas na BR-369, entre Corbélia e Ubiratã. De acordo com a promotora do Gaeco de Cascavel, Juliana Stofela da Costa, as investigações começaram sete meses antes, a partir de uma denúncia anônima. Segundo ela, Malcon participava ativamente das ações.
“Ele fazia ligações cobrando o valor que ainda não havia sido depositado, interceptava os veículos e temos imagens dele em uma abordagem a uma vítima em um hotel”.
Tudo o que era extorquido das vítimas era revendido no comércio de Cascavel. Também foram presos na ocasião o policial civil Vladmir Pinheiro, que trabalhava com Malcon em Ubiratã, um ex-agente carcerário e o autônomo Amarildo Fontini.
O esquema
De acordo com as investigações feitas pelo Gaeco, a quadrilha tinha base em Cascavel e Ubiratã e agia da seguinte forma: o ex-agente carcerário e Amarildo Fontini faziam uma espécie de patrulhamento na rodovia e avisavam Malcon Figueira e Vladmir Pinheiro que o carro estava carregado com mercadorias contrabandeadas.
Utilizando-se de uma viatura Duster – por isso o nome da operação -, eles abordavam os compristas, usando inclusive de violência, roubavam o carro, a mercadoria e o dinheiro e deixavam as vítimas amarradas em meio a um matagal até que uma quantia em dinheiro, geralmente de R$ 5 mil, fosse depositada em contas de laranjas. Só depois disso as vítimas eram liberadas.
(Com informações de Tissiane Merlak)
Texto alterado no dia 17/10/2018 às 13h47.