Piraquara Menos de uma semana após a rebelião na PFP (Penitenciária Feminina de Piraquara), que começou na quinta-feira da semana passada e terminou somente no meio da tarde do dia seguinte, representantes da Defensoria Pública do Paraná realizaram uma inspeção na unidade prisional, instalada na Região Metropolitana de Curitiba.
Participaram da vistoria a defensora pública e coordenadora do Nucidh (Núcleo da Cidadania e Direitos Humanos), Camille Vieira da Costa, a assistente social Tamires Caroline de Oliveira, a presidente do Conselho da Comunidade da Comarca da RMC, Isabel Kluger Mendes, e a diretora administrativa do Conselho, Elisabete Subtil de Oliveira.
O grupo também se reuniu com a diretora da unidade prisional, Rita de Cássia Naumann, além de visitar as celas e conversar com as presas. A principal reivindicação das detentas diz respeito à superlotação são 370 vagas para 440 presas. Desde 2014, a penitenciária recebe detentas de outros locais, o que vem provocando um clima de instabilidade. A unidade é antiga, com celas pequenas com capacidade para três presas, mas que hoje chegam a abrigar seis mulheres cada. A superlotação também prejudica atividades como estudo, trabalho, assistência médica e banho de sol, conforme constatou a comitiva que vistoriou o local. Há dificuldades para fazer a movimentação das presas, por conta do baixo número de funcionários e pelo excesso de mulheres. Isso prejudica as atividades que elas desenvolvem, porque, diferentemente dos presídios masculinos, esse tem muitas parcerias, tem canteiro de obras, tem aula. As presas têm remição [de pena]. Não é uma exceção, é uma regra. Com o excesso de pessoas, a movimentação delas fica mais difícil e não tem trabalho e estudo para todas, então isso está gerando bastante animosidade e ensejou a rebelião, explica a defensora pública Camille Vieira.
Mutirão
A Defensoria Pública deve participar de um mutirão de atendimento jurídico para as encarceradas da PFP, que foi reivindicado durante a rebelião. Algumas estão presas provisoriamente desde dezembro de 2015, em razão da Operação Alexandria, deflagrada contra suspeitos de terem participação no PCC (Primeiro Comando da Capital). A Defensoria também vai estudar outras providências em relação à superlotação da unidade.