O Aeroporto Municipal de Cascavel se tornou uma rota aeroviária de contrabando de produtos eletrônicos de altíssima tecnologia embarcada. O diagnóstico é da Polícia Federal, que tem realizado operações de rotina com revista de passageiros, de bagagens, análise, verificações com aparelho de raio-X e de detector de metais.
Desde que a sala da PF foi inaugurada naquele recinto, em abril passado, os agentes já apreenderam cerca de US$ 500 mil, ou seja, mais de R$ 2 milhões, em eletrônicos trazidos ilegalmente do Paraguai e que ganhariam o comércio eletrônico por todo o Brasil.
Somente em duas ações recentes foram apreendidos cerca de R$ 250 mil em mercadoria ilegal. Um dos casos se refere aos equipamentos eletrônicos musicais interceptados que seriam levados para o Nordeste onde seriam revendidos.
Outro caso recente se trata de um jovem que levava mais de R$ 100 mil em equipamentos fotográficos profissionais, como corpo e lente de máquinas. Ele também seguia para o Nordeste brasileiro.
Nesta última ocasião, a PF detectou que quem havia financiado a viagem do jovem era o dono de uma grande loja de revenda desses equipamentos na capital Fortaleza.
A Cettrans
A Cettrans (Companhia de Engenharia de Transporte e Trânsito de Cascavel) é quem administra o aeroporto e foi procurada pela reportagem, mas não respondeu às informações.
Por que Cascavel
Segundo o delegado-chefe da Polícia Federal, Marco Smith, a escolha de Cascavel como rota não ocorre de forma aleatória.
Geralmente os contrabandistas vêm de Foz do Iguaçu até a cidade de Cascavel com carros alugados ou de ônibus mesmo. “A escolha de Cascavel se dá pela fiscalização. Em Foz do Iguaçu ela é maior e aqui esses contrabandistas acham que vão passar mais facilmente”, reforça o delegado.
Por outro lado, há meses a PF não flagra traficantes levando drogas, armas e munições pelo aeroporto daqui. “Não sabemos explicar por que, mas drogas, armas e munições há muito tempo não pegamos no aeroporo de Cascavel. Por outro lado, os eletrônicos que estão sendo pegos são de alto valor, de ponta. Equipamentos muito caros”, seguiu.
Presos
Desde o acirramento das fiscalizações já foram presos pelo menos dez pessoas. “Todos são homens. Nesse período não flagramos nenhuma mulher fazendo esse tipo de contrabando”, explica o delegado federal Marco Smith.
O número de presos só não é maior porque só ficam detidos aqueles que possuem equipamentos contrabandeados avaliados em mais de R$ 20 mil, que é o que determina a legislação vigente.