Cotidiano

Um abrigo durante os dias frios

 

Reportagem: Marina Kessler

Fotos: Fábio Donegá

A onda de frio que chegou despencando os termômetros em Cascavel, com mínima de 3°C e sensação térmica de 0°C na madrugada de segunda-feira (21), fez com que muitos moradores de rua procurassem um local quentinho para se proteger. Uma ação da Secretaria Municipal de Assistência Social encaminhou ao albergue noturno André Luiz e a Casa Pop, 120 moradores de rua somente entre sábado (19) e domingo (20).

De acordo com o diretor da Secretaria de Assistência Social, Emilio Martini, foi feito um trabalho de abordagem, atendendo principalmente pedidos da comunidade que, preocupadas com quem dorme ao relento, solicitaram apoio da pasta. “Cada local recebeu 60 pessoas”, diz. Martini reforça que será dada sequência neste trabalho.

A demanda no albergue noturno André Luiz, no Bairro Parque São Paulo, chegou a 120 atendimentos desde o início da semana passada, intensificada no fim de semana por acolhimentos rotativos, a maioria deles por causa do frio. E a previsão é de que a partir de agora até o fim do inverno a demanda aumente ainda mais. Pensando nisso é que o coordenador do albergue, Michel Lima, estuda organizar novos espaços para que a capacidade atual, que é de 50 pessoas, suba para 80.

“A nossa previsão é adequar espaços para atendimentos provisórios, com colchões em corredores dos quartos, que são coletivos. Essa organização vai proporcionar o acolhimento de 70 a 80 pessoas por dia”, explica Lima.

O albergue recebe qualquer pessoa que necessite de acolhimento, e trabalha ainda em conjunto com a Secretaria de Assistência Social por meio do Plantão Social, que recolhe os moradores de rua e os encaminha ao albergue ou a Casa Pop, conforme a necessidade. O plantão atende pelo (45) 98431-6376.

Legenda: No albergue, pessoas acolhidas recebem alimentação e dormitório

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Permanência

Lima diz ainda que, além do trabalho de encaminhamento, há a busca espontânea, que é quando há iniciativa do morador de rua quanto à busca de abrigo.

Não há período determinado para a permanência da pessoa no albergue. “Às vezes, ela está aqui para fazer um tratamento de saúde que dura três meses e não tem como pagar um aluguel, por exemplo. Então, procura o albergue e fica lá até que o tratamento acabe e possa voltar para casa”, comenta. Nos casos de abrigo específicos por conta da queda nas temperaturas, Lima diz que o tempo de permanência geralmente é mais curto e se encerra quando o frio cessa.

Todos os acolhidos passam por entrevista realizada por assistente social e psicólogo a fim de encaminhá-los à rede socioassistencial do município.

Legenda: Albergue noturno André Luiz estuda ampliar espaços nos dormitórios

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Refeição completa

As pessoas que optam por permanecer temporariamente no albergue André Luiz têm direito ao café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar, além de dormitório e higiene pessoal. Lima lembra que os forros de cama são trocados todos os dias.

Além disso, a equipe do albergue concede aos hóspedes a opção de participarem de palestras motivacionais e ações de incentivo à reinserção no mercado de trabalho e orientação quanto aos direitos sociais garantidos na Constituição. “É um trabalho de ressocialização feito por oito educadores sociais”, relata o coordenador.

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Solidariedade

A Secretaria Municipal de Assistência Social abre espaço para aqueles que querem ajudar os moradores de rua com roupas, calçados e cobertores. Martini pede que as doações sejam feitas via secretaria, visto que já a pasta já tem identificado quem são as pessoas que necessitam dos donativos. “Esta é uma época em que se desperta o espírito de solidariedade, por isso pedimos às pessoas que queiram ajudar que o fizessem pela secretaria”, ressalta. As doações podem ser entregues na Rua Pernambuco, 1900.