Policial

Terror em Lindoeste: filhos assistem ao pai matar a mãe a tiros

Uma das crianças, um bebê de apenas um ano, estava em seu colo quando ela recebeu um tiro no peito

Marcas de sangue ficaram espalhadas pela casa - Foto: divulgação
Marcas de sangue ficaram espalhadas pela casa - Foto: divulgação

Lindoeste – O crime macabro e cruel registrado na madrugada dessa segunda-feira (5) em Lindoeste chocou toda a região. Sandra Nobre dos Santos, de 35 anos, foi morta a tiros na frente dos filhos, na própria casa. Uma das crianças, um bebê de apenas um ano, estava em seu colo quando ela recebeu um tiro no peito. Ele caiu no chão com a queda da mãe. Ela tentou reagir, mas recebeu o tiro derradeiro, na cabeça. Um outro filho assistia a tudo.

A delegada responsável pelo caso, Anna Karyne Taurbay Palodetto, disse ontem que as únicas testemunhas do crime são os quatro filhos do casal, com idades de 15, 11, 4 e 1 ano: “De acordo com as crianças, a discussão teria começado por conta de uma mensagem no celular de Sandra, que o marido pediu para ver e ela teria negado. Diante disso, ele começou a ameaçá-la com um revólver calibre 38. A menina de 15 anos tentou impedir uma possível agressão, inclusive quebrou um espelho e feriu a mão para chamar a atenção do pai, sem sucesso, ela teria saído da casa para pedir ajuda, quando o crime aconteceu”.

Veja a entrevista Dra Anna Karyne Taurbay Palodetto sobre caso Feminicídio em Lindoeste:

As crianças contaram que, diante das ameaças, Sandra teria pegado o bebê de um ano no colo em uma tentativa de se proteger. Mas o marido disparou contra ela mesmo assim, a criança caiu no chão quando a mãe foi atingida. O bebê não se feriu.

A polícia não quis divulgar o nome do marido nem imagens dele que pudessem ajudar na sua identificação. Ele fugiu do local levando a arma do crime e, apesar de diversas diligências realizadas na região, até o fechamento desta edição não havia sido encontrado.

Histórico de violência

A delegada afirma que havia um vasto histórico de violência do casal. Diversas queixas por agressão já tinham sido registradas por Sandra, mas eram retiradas dias depois. O último registro é de 2015. Depois disso, as crianças relataram que, mesmo com brigas constantes, o casal vivia de forma mais amigável, sem agressões físicas.

O casal era comerciante no Município e os vizinhos e os amigos relataram que o relacionamento durava havia 19 anos, marcado por muitas brigas e discussões.

Uma garrucha 22 e munições foram encontradas na casa.

Testemunhas

Apesar dos relatos concedidos por familiares à imprensa, ontem, até o fim da tarde a polícia não havia ouvido nenhuma testemunha sobre o crime. “Como as únicas testemunhas do crime são as crianças, nós optamos por não ouvi-las hoje [segunda-feira] para que elas possam participar do velório e do enterro da mãe. Elas devem prestar depoimento nos próximos dias”, disse a delegada Anna Palodetto. Os quatro filhos do casal estão na casa da mãe de Sandra.

Informações sobre o autor podem ser repassadas de forma anônima pelos telefones 190 e 197.