Policial

Suspeita de H1N1: Adolescente grávida teria sido abusada pelo padrasto

O corpo da adolescente foi encaminhado ao IML de Cascavel e depois levado a Diamante do Sul

Suspeita de H1N1: Adolescente grávida teria sido abusada pelo padrasto

Diamante do Sul – A jovem de 16 anos grávida que morreu no início da manhã de sexta-feira (26) no HU (Hospital Universitário) de Cascavel com suspeita de H1N1 teria sido abusada pelo padrasto, que seria o pai da criança que ela esperava. A informação foi repassada por pessoas ligadas à família da jovem.

A mãe foi até a Delegacia da Polícia Civil de Guaraniaçu registrar boletim de ocorrência contra o companheiro, no qual denunciou o abuso que acontecia havia algum tempo. Na delegacia, a reportagem do Jornal O Paraná foi informada de que a situação corre em segredo de justiça por se tratar de menor de idade, mas fontes ligadas à Policia Civil e à prefeitura local, que acompanha o caso por meio da assistência social, confirmaram o caso.

Ainda de acordo com essas pessoas, a adolescente, os dois irmãos – um de 8 e outro de 3 anos – e a mãe moravam em uma fazenda onde o padrasto trabalha.

A reportagem foi até a mãe da jovem, mas ela estava muito abalada com a perda de filha e disse não tinha condições de conversar. Ela esteve durante a tarde de ontem no IML (Instituto Médico Legal) de Cascavel para fazer a liberação do corpo.

Suspeita H1N1

De acordo com informações da Secretaria de Saúde de Diamante do Sul, a adolescente teria procurado atendimento na segunda-feira (22) apresentando muita dificuldade em respirar. Diante do quadro grave, ela foi encaminhada a um hospital conveniado em Guaraniaçu, de onde foi transferida na terça-feira (23) pelo helicóptero do Consamu (Consórcio Intermunicipal Samu Oeste) para o HU de Cascavel, onde veio a falecer por volta das 6h de sexta-feira.

A evolução rápida da doença teria causado espanto até mesmo nos médicos que a atenderam no hospital.

O que vem ao encontro com a suspeita publicada na edição de sexta-feira do Jornal O Paraná de que, tanto a morte da menina de três anos na UPA Veneza – já confirmada – quanto a menina de cinco anos que morreu em um hospital particular e ainda não foi confirmada, teriam sido causadas por um vírus resistente ao Tamiflu, um novo subtipo da influenza.

No município de Diamante do Sul, a Secretaria de Saúde, assim que recebeu a informação da suspeita, realizou a triagem de todos os familiares e pessoas que tiveram contato com a jovem em busca de possíveis sintomas que pudessem indicar o contágio pela doença, mas nada foi verificado nas pessoas consultadas até agora.

Ainda de acordo com a secretaria, esse é o primeiro caso de suspeita da doença no Município e a população já está sendo orientada a buscar atendimento médico ao apresentar qualquer sintoma que possa estar relacionado à H1N1.

Casos investigados

Números atualizados de casos suspeitos de H1N1 na região de Cascavel não foram repassados pela Secretaria de Estado da Saúde. Até o dia 17 de abril eram dois casos em investigação. Porém é provável que o número atual esteja bem acima disso, uma vez que só em Cascavel havia até quinta-feira 13 casos à espera de confirmação. No Estado, até o dia 17, eram 161 os casos suspeitos da doença.

Campanha de vacinação segue

Em duas semanas de Campanha Nacional de Vacinação Contra a Gripe, Cascavel vacinou pouco mais de 20% dos grupos prioritários. Das 95.471 pessoas que devem ser vacinadas, apenas 21.845 receberam a imunização até agora.

Dos grupos prioritários, o que mais recebeu a dose foi o das crianças: das 22.793 que fazem parte do grupo, 10.587 (cerca de 53%) já foram imunizadas. Em seguida vêm as puérperas: 286 mulheres das 580 que estão no grupo se vacinaram, 49%. Das gestantes, foram 45% da meta: 1.594 das 3.529 do grupo já tomaram a vacina.

Do grupo dos idosos, formado por 26.269 pessoas, 8.321 tomaram a vacina, equivalente a 31,67%. Dos 3.825 professores, 637 (16%) estão vacinados e o grupo que menos buscou pela imunização foi o dos trabalhadores da saúde, com 12,28%: 1.824 dos 14.856 receberam a dose.

Paraná

Já no Paraná, das 2.529.338 pessoas que devem ser imunizadas contra a gripe até o fim de maio, 601.377 tomaram a vacina, pouco mais de 23% do total.

O grupo que mais buscou pela vacina foi o das puérperas com 52,83% do grupo vacinado; das 19.110 que têm direito à dose, 10.096 estão imunizadas. Os indígenas são o segundo grupo com maior número de imunizações: 48,61%. Do grupo composto por 16.734, 8.134 receberam a vacina. Das 116.344 gestantes, 45.053 (38,72%) receberam a dose. No grupo das crianças, 30,23% foram imunizadas, 24.314 das 804.401 previstas. A imunização dos idosos chega a 23,72%. Do grupo composto por 1.184.212 pessoas, 280.954 já foram aos postos. Dos 143.271 professores, 18.318 tomaram a dose (12,79%) e, assim como em Cascavel, o público que menos se vacinou foi o trabalhador da saúde: das 245.266 pessoas do grupo, 29.697 foram imunizadas, 12,11% do total previsto.