Cotidiano

Secretaria da Saúde intensifica ações para alertar sobre o comportamento no trânsito

Os mais vulneráveis são pedestres, ciclistas e motociclistas – representam 62,56% das internações em leitos do Sistema Único de Saúde (SUS). Alta velocidade e o uso de álcool antes de dirigir são as principais causas de acidentes

Secretaria da Saúde intensifica ações para alertar sobre o comportamento no trânsito

A Secretaria de Estado da Saúde, por meio da Comissão Estadual Intersetorial de Prevenção de Acidentes e Segurança no Trânsito – Vida no Trânsito Paraná, alerta motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestre sobre a importância do comportamento no trânsito para a redução de acidentes. Neste ano, a campanha tem como tema central “Juntos salvamos vidas”.

O secretário estadual da Saúde, César Neves, destaca que os acidentes de trânsito são um grande desafio da área devido ao número de vidas perdidas e de famílias afetadas, além das sequelas que podem deixar nos sobreviventes que, em geral, são jovens, em idade produtiva.

“Com a melhora do cenário epidemiológico e o retorno à circulação sem restrições, precisamos focar em atitudes preventivas e conscientizar as pessoas sobre a responsabilidade de todos para um trânsito seguro”, disse.

A alta velocidade e a perigosa combinação do uso de álcool e direção permanecem como fatores principais para a ocorrência de acidentes. O desrespeito à sinalização, distrações e o uso do celular ao volante também contribuem para os índices.

Os usuários mais vulneráveis das vias – pedestres, ciclistas e motociclistas – representam 62,56% das internações em leitos do Sistema Único de Saúde (SUS). O custo total das internações hospitalares em leitos do SUS no Paraná, por lesões decorrentes de acidentes de trânsito, ultrapassou R$ 16 milhões em 2019, R$ 17 milhões em 2020 e cerca de R$ 17,5 milhões em 2021 (dados preliminares)

De acordo com a Sesa, o custo de um acidente de trânsito na área da saúde não se resume somente à internação hospitalar, mas também à reabilitação da vítima e ao atendimento pré-hospitalar.

Em 2021, dados preliminares do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, mostram que houve um declínio de 3% nas mortes por Acidente de Transporte Terrestre (ATT) no Estado, em relação ao ano anterior, e de 12,65% nos municípios participantes do Programa Vida no Trânsito (PVT), no mesmo período, instituído em maios de 2020 no Paraná por lei estadual.

O Paraná, na última década, vinha diminuindo a cada ano o número de óbitos por ATT, no entanto em 2020, houve um aumento, em torno de 2%. “Este cenário pode estar relacionado ao menor número de veículos nas vias, devido aos períodos de restrição de circulação ocorridos durante a pandemia, favorecendo o aumento da velocidade e, por consequência, acidentes de trânsito com lesões mais graves”, disse a diretora de Atenção e Vigilância em Saúde da Sesa, Maria Goretti David Lopes

DECRETO – Em 12 de maio de 2020, o governador Carlos Massa Ratinho Júnior assinou o Decreto nº 4630, que instituiu a nova Comissão Estadual Intersetorial de Prevenção de Acidentes e Segurança no Trânsito (Vida no Trânsito Paraná). O documento prevê a reorganização da composição da comissão, integra o Conselho Estadual de Trânsito e o Conselho Estadual de Saúde ao colegiado e inclui, dentre suas atribuições, o papel de apoio e suporte técnico, para a implantação do programa no âmbito municipal. No Estado, a coordenação do Vida no Trânsito Paraná (PTV), é compartilhada entre a Sesa e o Detran/PR.

Atualmente, no Paraná, 13 municípios já implantaram o PVT: Araucária, Campo Mourão, Cascavel, Curitiba, Foz do Iguaçu, Francisco Beltrão, Maringá, Londrina, Paranaguá, Paranavaí, Ponta Grossa, São José dos Pinhais e Toledo.

As comissões municipais do programa são motivadas a desenvolver ações para prevenção de mortes e lesões por acidentes de trânsito, não somente no mês de maio, mas continuamente ao longo de todo o ano.

AÇÕES – Participantes das comissões estadual e municipais do Vida no Trânsito iniciaram várias ações para a conscientização da população nos municípios paranaenses, com palestras, gincanas, roda de conversa com crianças nas escolas e teatro, além de outras atividades relacionadas aos perigos no trânsito.

Parte dessas ações é voltada para os motociclistas. Eles são considerados usuários vulneráveis e estão no topo em internamentos, somando 47,81%, seguidos dos ciclistas (7,74%) e dos pedestres (7,01%).

“É preciso que toda a população entenda a importância do respeito às leis de trânsito, não somente como uma forma de evitar multas, mas como meio de demonstrar respeito e cuidado com o próximo no uso compartilhado das vias, pois “Juntos Salvamos Vidas”, finalizou Tatiana Gomara Neves, médica especialista em Medicina de Tráfego.

DESAFIO INTERMODAL – Durante este mês será realizado o Desafio Intermodal Maio Amarelo, com o objetivo de analisar a eficácia de diversos meios de mobilidade urbana, possibilitando uma reflexão sobre a escolha do meio de locomoção. Alguns constatam, por exemplo, que é mais rápido ir ao trabalho de bicicleta do que de carro ou moto. A ação é da Universidade Federal do Paraná, em parceria com a secretaria estadual da Saúde, entre outros.

O participante deve percorrer o mesmo trajeto, no mesmo horário, mas em dias distintos, com um meio de locomoção diferente. A proposta é que as pessoas façam uma rota do cotidiano, no mínimo de um quilômetro e compartilhe com os organizadores através deste link. O percurso nos dois dias deve ser registrado aplicativos de navegação (Wikiloc ou Strava), disponíveis para Android e iOS.

MAIO AMARELO – Foi estabelecido em 11 de maio de 2011, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) decretou a Década de Ações para a Segurança no Trânsito – entre 2011 e 2020, tendo como meta a redução dos acidentes de trânsito em 50%. O amarelo foi escolhido em alusão à sinalização de advertência e que simboliza atenção.

AEN